Filho de presidente da Colômbia é preso em investigação de lavagem de dinheiro

Acusação pode estar relacionada à campanha presidencial; episódio engrossa escândalos envolvendo líder do país

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Por Redação

BOGOTÁ - Nicolás Petro, filho mais velho do presidente da Colômbia Gustavo Petro, foi preso como parte de uma investigação sobre enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro que pode estar relacionada à campanha presidencial, afirmou comunicado do escritório do procurador-geral do país neste sábado, 29.

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Nicolás havia elogiado a investigação quando ela começou, em março deste ano, e já havia afirmado antes que eram infundadas as acusações de que ele recebeu dinheiro de traficantes em troca de incluí-los em acordos de paz que Gustavo Petro vem tentando promover.

Também foi presa a ex-mulher de Nicolás, Daysuris del Carmen Vásquez. Em março, ela acusou Nicolás de ter vínculos com narcotraficantes e contrabandistas, além de receber grandes quantias de dinheiro supostamente destinadas à campanha presidencial do pai.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro (Esquerda), acena para apoiadores ao lado do filho, Nicolás Petro (direita), preso no fim de semana  Foto: Eitan Abramovich / AFP

Mas, segundo ela, Nicolás usou os recursos para dar a si mesmo uma vida de luxo na cidade de Barranquilla, ao norte do país.

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Petro disse na plataforma X, o antigo Twitter, que é doloroso ver um de seus filhos ser preso, mas que o escritório do procurador-geral deve proceder de acordo com a lei.

“Meu filho Nicolás e sua ex-mulher Days foram presos pelo Ministério Público. Como pessoa e como pai, me machuca muito tanta autodestruição e o fato de um dos meus filhos ir para a cadeia”, escreveu Petro no Twitter, agora renomeado X. “Desejo sorte e força ao meu filho. Que esses acontecimentos forjem seu caráter e que ele reflita sobre seus próprios erros”, acrescentou o presidente.

Em foto de 2022, Day Vásquez (esquerda), ex-mulher de Nicolás Petro (direita), filho do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que o acusa de ligação com o tráfico de drogas  Foto: Mauricio Dueñas Castañeda/EFE

“Como Presidente da República, asseguro que o Ministério Público tem todas as garantias da minha parte para proceder nos termos da lei. Como afirmei perante o procurador-geral, não vou intervir ou pressionar suas decisões; deixe a lei guiar livremente o processo”, garantiu em sua publicação.

Acusações

O Ministério Público informou a prisão do filho do presidente “pelos crimes de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito” e de sua ex-parceira por “lavagem de dinheiro e violação de dados pessoais”.

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“Os capturados serão colocados à disposição de um juiz criminal (...) a quem será solicitado que dê legalidade aos procedimentos de busca, captura e apreensão de provas materiais”, acrescentou a entidade de investigação em comunicado.

Desde que estourou o escândalo, que abala o primeiro governo de esquerda da Colômbia, Petro nega a existência de dinheiro da máfia em suas contas da campanha presidencial. Ele mesmo pediu para abrir uma investigação contra o filho.

Em entrevista, Vásquez afirmou que o ex-traficante de drogas e ex-contrabandista Samuel Santander Lopesierra deu a seu ex-companheiro o equivalente a cerca de US$124 mil (R$585 mil na cotação atual).

Nicolás foi deputado pelo movimento político do presidente, o Pacto Histórico, no departamento de Atlântico. A mídia publicou seus extratos bancários, muito superiores ao salário correspondente a esse cargo.

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Conhecido pelo pseudônimo de “O Homem Marlboro”, Santander Lopesierra cumpriu 18 anos de prisão nos Estados Unidos por tráfico de drogas.

Gustavo Petro (direita) comemora vitória na eleição presidencial da Colômbia, em maio de 2022, com o filho, Nicolás Petro, atrás dele  Foto: Yuri Cortez / AFP

Petro, primeiro esquerdista eleito para o comando do país, se viu, em junho deste ano, no centro de um escândalo em que vieram à tona áudios supostamente enviados pelo coordenador de sua campanha eleitoral e depois embaixador na Venezuela, Armando Benedetti, a Laura Sarabia, ex-chefe de gabinete da Presidência. Ambos perderam seus cargos.

O diplomata teria ameaçado revelar um financiamento ilegal na campanha de 15 bilhões de pesos (cerca de R$ 17 milhões) caso suas demandas não fossem atendidas. Mais tarde, afirmou que os áudios foram manipulados. Petro afirma que sua campanha foi legal.

No poder desde agosto do ano passado, Petro iniciou o seu governo com o apoio da esquerda e de alguns partidos tradicionais no Congresso, mas a ampla coalizão governista foi se desmanchando com o passar dos meses. A base se distancia cada vez mais de suas reformas, que incluem reduzir a participação privada na saúde e reformar os sistemas de trabalho, Previdência e Justiça. / AFP, AP e EFE

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