‘Foi terrível o que vimos lá’, moradora retirada de Mariupol relata terror durante cerco russo

Natalia Usmanova é uma das dezenas de civis retirados da usina de Mariupol, uma cidade que está sitiada pelas forças russas há semanas

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Por Reuters
Atualização:

Encolhida no labirinto de bunkers da era soviética muito abaixo da vasta siderúrgica Azovstal, Natalia Usmanova sentiu que seu coração iria parar de tão aterrorizada com as bombas russas caindo sobre Mariupol, na Ucrânia.

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Usmanova, de 37 anos, falou à Reuters no domingo após ser retirada da usina, um amplo complexo fundado sob Josef Stalin e projetado com uma rede subterrânea de bunkers e túneis para resistir a ataques.

“Eu temia que o bunker não aguentasse, eu sentia um medo terrível”, disse Usmanova, descrevendo o tempo de abrigo no subsolo.

“Quando o bunker começou a tremer, eu fiquei histérica, meu marido pode garantir: eu estava muito preocupada que o bunker desabasse.”

A funcionária da siderúrgica Azovstal, Natalia Usmanova, 37, que foi retirada de Mariupol, reage ao chegar a um centro de acomodação temporária durante o conflito Ucrânia-Rússia na vila de Bezimenne, na região de Donetsk Foto: Alexander Ermochenko / REUTERS

“Nós não vimos o sol por tanto tempo”, disse ela, falando no vilarejo de Bezimenne, em uma área de Donetsk sob o controle de separatistas apoiados pela Rússia, cerca de 30 quilômetros a leste de Mariupol.

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Ela se lembra da falta de oxigênio nos abrigos e do medo que tomou conta da vida das pessoas acocoradas lá embaixo.

Usmanova estava entre as dezenas de civis retirados da fábrica em Mariupol, uma cidade portuária do sul que está sitiada pelas forças russas há semanas e virou um terreno baldio.

A funcionária da siderúrgica Azovstal, Natalia Usmanova, 37, é vista junto com outros evacuados perto de um centro de acomodação temporária durante o conflito Ucrânia-Rússia na vila de Bezimenne, na região de Donetsk Foto: Alexander Ermochenko / REUTERS

Usmanova disse que brincou com o marido na saída do ônibus, em um comboio acordado pelas Nações Unidas e pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que eles não precisariam mais ir ao banheiro com uma lanterna.

“Você simplesmente não pode imaginar o que passamos, o terror”, disse Usmanova. “Eu morei lá, trabalhei lá toda a minha vida, mas o que vimos lá foi simplesmente terrível.”

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