Forças russas ainda enfrentam desafios logísticos na guerra da Ucrânia, diz funcionário do Pentágono

Tropas de Moscou fizeram progressos ‘adicionais’, mas não o suficiente para obter uma vantagem geral, disse autoridade

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Por Eric Schmitt

THE NEW YORK TIMES - As forças russas estão fazendo um progresso “lento e desigual” em combates ferozes na região de Donbas, no leste da Ucrânia, mas ainda estão lutando para superar os mesmos problemas logísticos que dificultaram sua ofensiva inicial, disse um alto funcionário do Pentágono nesta quinta-feira, 28.

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As forças russas e ucranianas estão engajadas em combates acalorados nesta nova fase da guerra, com ambos os lados tomando um ou dois vilarejos, perdendo o controle e recuperando-o em uma campanha de vai e vêm, disse o funcionário do Pentágono. As tropas russas fizeram progressos “adicionais”, mas nem de longe o suficiente para obter uma vantagem geral, disse a autoridade.

Temerosos de estarem muito à frente de suas linhas de abastecimento – como fizeram nas semanas iniciais de uma tentativa fracassada de tomar Kiev, capital da Ucrânia – as tropas russas estão avançando cautelosamente nessa fase atual, capazes de sustentar apenas vários quilômetros de progresso a cada dia, disse a fonte do Pentágono, falando sob condição de anonimato.

“Os russos não superaram todos os seus problemas de logística”, disse ele, citando a lentidão no envio de alimentos, combustível, armas e munições, apesar de terem linhas de abastecimento muito mais curtas agora do que durante as primeiras semanas da guerra, no norte da Ucrânia.

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Um soldado ucraniano fica no topo de um APC russo destruído após uma batalha em Kharkiv Foto: Efrem Lukatsky/AP

Moscou agora tem 92 grupos de batalhões lutando no leste e no sul da Ucrânia – acima dos 85 de uma semana atrás, mas ainda bem abaixo dos 125 que tinha na primeira fase da guerra, disse o funcionário do Pentágono. Cada grupo de batalhão tem cerca de 700 a 1.000 soldados.

Pouco mais de 20 batalhões adicionais permanecem na Rússia em vários estados de prontidão de combate, se reabastecendo e se rearmando em uma colcha de retalhos de unidades que foram gravemente danificadas pelos combates anteriores, disse o oficial.

O restante dos 125 batalhões originais provavelmente foi destruído, e autoridades americanas e britânicas estimam que mais de 15 mil soldados russos morreram desde o início da guerra, em 24 de fevereiro.

Lutar nas planícies abertas do Donbas parece jogar com as vantagens numéricas e tecnológicas da Rússia, bem como sua proximidade com combustível, munição e outros centros de suprimentos do outro lado da fronteira com a Rússia.

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Mas há um grande equalizador se aproximando: lama. As chuvas da primavera (no Hemisfério Norte) e as temperaturas mais quentes estão derretendo o terreno congelado do inverno, forçando tanques, caminhões e veículos blindados russos a depender ainda mais de estradas pavimentadas – o que os torna mais vulneráveis aos ataques de guerrilha que bandos de soldados ucranianos empregaram efetivamente nas batalhas no caminho para Kiev e outras cidades do norte.

“Esperamos que parte de seu progresso seja retardado, francamente, pela lama”, disse o oficial do Pentágono sobre as tropas russas.

À medida que a batalha continua no Donbas, mais e mais soldados ucranianos estão sendo treinados em cursos intensivos fora do país sobre como operar obuses, veículos blindados e radares de artilharia que estão chegando ao país enviados pelos Estados Unidos e outros aliados ocidentais.

Por exemplo, o primeiro grupo de 50 especialistas em artilharia ucranianos completou um curso de seis dias sobre a operação dos obuses enviados para a Ucrânia da Polônia e de outros países vizinhos. Um segundo grupo de 50 especialistas em artilharia ucranianos começou a treinar. Ambos os grupos retornarão às suas unidades e, por sua vez, treinarão seus companheiros.

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