EUA, França e Reino Unido retiram seus cidadãos e funcionários do Sudão, onde combates continuam

Operação foi anunciada neste domingo, 23; Papa Francisco pede diálogo para resolução da situação “grave” no País

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Por Redação
Atualização:

O Ministério das Relações Exteriores da França anunciou neste domingo, 23, que iniciou uma operação de ‘evacuação rápida’ de cidadãos e do pessoal diplomático do Sudão, onde os conflitos entre o exército e os paramilitares entraram na segunda semana. Além da França, a Itália e a Turquia também começaram a evacuar os seus cidadãos em operações delicadas por terra, ar ou mar, enquanto os Estados Unidos e o Reino Unido anunciaram horas antes a retirada de seus funcionários das suas embaixadas em Cartum.

O exército sudanês e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR), teriam oferecido garantias de segurança para as operações, disse uma fonte diplomática.

Os Estados Unidos também anunciaram que haviam evacuado funcionários deles da embaixada da capital do Sudão. Foto: Marwan Ali / AP

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A violência também deslocou dezenas de milhares de pessoas para outros estados no Sudão ou nos vizinhos Chade e Egito, e levou vários outros países a iniciar operações para retirar seus cidadãos. Horas antes, o presidente dos EUA, Joe Biden, declarou que Washington retirou seu pessoal do governo de Cartum com helicópteros e suspendeu temporariamente as operações em sua embaixada.

Cerca de cem pessoas, incluindo vários diplomatas, foram retiradas com a ajuda de um helicóptero, disse um alto funcionário do Departamento de Estado, John Bass. Ainda há centenas de outros cidadãos americanos no país, cuja evacuação não está prevista “no momento”.

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A Itália também disse tentar juntar os seus cidadãos no País, tal como a Turquia, forçada a suspender a sua operação após uma explosão perto do local de encontro no bairro de Khartoum, no norte de Kafuri.

O primeiro-ministro britânico Rishi Sunak disse que os militares britânicos tinham realizado uma “evacuação complexa e rápida” dos diplomatas britânicos e suas famílias. Em um post do Twitter, Sunak salientou que a evacuação teve lugar num “cenário de escalada da violência e ameaças contra o pessoal da embaixada”.

Enquanto isso, os combates entre as forças dos dois generais no poder continuam sem cessar. As batalhas armadas se intensificam cada vez mais na capital e no entorno, de acordo com relatórios da AFP. Os aviões de combate sobrevoam a área à medida que os veículos blindados paramilitares avançam.

Os ataques já destruíram ou forçaram o encerramento de “72% dos hospitais” nas zonas de combate, avisou o sindicato dos médicos. Nas ruas, os combates deixam a sua marca. Alguns candeeiros de rua estendem-se no chão neste domingo, enquanto as lojas queimadas continuam a ostentar plumas de fumo.

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A violência no País do nordeste africano, de cerca de 45 milhões de pessoas, eclodiu em 15 de abril entre o exército do general Abdel Fatah al-Burhan, governante de fato do Sudão desde o golpe de 2021, e seu rival, o general Mohamed Hamdane Daglo, líder das Forças de Apoio Rápido (FAR).

Os violentos confrontos acontecem principalmente em Cartum, a capital, e na região de Darfur, no oeste do país. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 420 pessoas morreram e 3.700 ficaram feridas até agora.

Na manhã deste domingo, o Papa Francisco apelou ao “diálogo” face à situação “grave” do País. “Infelizmente, a situação no Sudão permanece grave, e renovo o meu apelo para um rápido fim da violência e um regresso ao caminho do diálogo”, disse ele durante a sua tradicional oração dominical na Praça de São Pedro, no Vaticano./AFP.

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