França diz que pichações antissemitas em Paris podem ser operação russa para aumentar polarização

Os casos de antissemitismo e islamofobia na Europa tem aumentado em meio a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza

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Por Redação

A França prendeu duas pessoas com passaportes da Moldávia que foram vistas pintando uma estrela de David azul, símbolo de Israel e do judaísmo, em um edifício de Paris, capital francesa. O governo francês acredita que casos inicialmente apontados como antissemitas podem fazer parte de uma operação da Rússia para promover a polarização entre judeus e muçulmanos, segundo o jornal britânico Financial Times.

Investigadores franceses encontraram conversas em russo com uma terceira pessoa nos celulares das pessoas que foram presas. Nas conversas, os presos tinham sido instruídos sobre o que fazer em troca de um pagamento.

Os casos de antissemitismo e islamofobia na Europa tem aumentado em meio a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.

Antissemitismo Foto: Geoffroy van der Hasselt/AFP

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Os investigadores também identificaram outras duas pessoas com passaporte moldávio que estavam pintando estrelas de David, junto com um fotógrafo. “Não podemos excluir a possibilidade de que as pichações de estrelas de David na região de Paris foram solicitadas por uma pessoa de fora da França”, afirmaram os investigadores, de acordo com o jornal do Reino Unido.

O ministério das Relações Exteriores da França afirmou que Paris descobriu uma rede com mais de 1000 bots na plataforma X, que publicaram 2.589 posts sobre as estrelas de David que foram pintadas na capital francesa. Segundo o Financial Times, um site pró-Moscou era o responsável pelos bots e publicou fotos das pichações das estrelas de David.

“Esta nova operação de interferência digital russa contra a França testemunha a persistência de uma estratégia oportunista e irresponsável que visa explorar as crises internacionais para semear confusão e criar tensões no debate público em França e na Europa”, afirmou o ministério das Relações Exteriores da França, em um comunicado.

O presidente da França, Emmanuel Macron, conversa com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Paris, França Foto: Sthephane De Sakutin/AFP

Antissemitismo

Desde o início da guerra no Oriente Médio, o governo francês recebeu 1.159 denúncias e 400 pessoas foram presas. O país europeu tem a maior comunidade judaica e muçulmana da Europa. A França não é o único país europeu que sofre com o problema.

As autoridades dos países europeus têm a responsabilidade de garantir que todos estejam seguros e protegidos da violência e da discriminação”, afirmou Benjamin Ward, vice-diretor para a Europa e Ásia Central da Human Rights Watch.

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Um artigo publicado na revista alemã Der Spiegel relata que os judeus que vivem no país europeu estão com medo e tentam esconder elementos físicos de sua identidade judaica como o uso da Kipá. A revista também relata que judeus que vivem no país estão evitando falar hebraico em público. Segundo dados oficiais, cerca de 15 mil israelenses vivem na Alemanha.

Os crimes islamofóbicos também aumentaram de modo acentuado. Em Londres, capital do Reino Unido, 408 incidentes antissemitas foram registrados desde o dia 7 em comparação com 28 no mesmo período do ano passado, enquanto houve 174 crimes islamofóbicos em comparação com 65 no ano passado.

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