A rainha Elizabeth II foi sepultada por volta das 17h (horário de Brasília) em uma cerimônia restrita à família no Castelo de Windsor. “A rainha foi sepultada junto com o duque de Edimburgo, na Capela Memorial do rei George VI”, disse o comunicado da família real. O sepultamento ocorre 11 dias depois de sua morte, em 8 de setembro, e após dez dias de cerimônias de despedidas que começaram em Balmoral, na Escócia, e terminaram em Londres.
Seu reinado chegou oficialmente ao fim pouco antes das 13h desta segunda-feira, 19, quando o lorde Chamberlain, o mais graduado funcionário da Casa Real, quebrou sua “vara de comando” e a colocou sobre o caixão da monarca, simbolizando o fim da segunda era elisabetana. A cerimônia aconteceu na capela de St. George, no Castelo de Windsor, na presença do rei Charles III e dos demais membros da família real britânica.
O último dos onze dias de homenagem à rainha começou com as últimas visitas ao caixão de Elizabeth no Palácio de Westminster, sede do Parlamento britânico, que recebeu o velório público da monarca por cinco dias. Durante a manhã, o caixão foi levado em procissão à Abadia de Westminster, onde cerca de 2 mil pessoas - entre elas, reis, presidentes e primeiros-ministros de diversos países - acompanharam o funeral de Estado.
Ao fim da cerimônia, o caixão foi retirado para mais um cortejo pelo centro de Londres, passando por pontos como o The Mall e o Hyde Park, para que os súditos britânicos, reunidos aos milhares no entorno do trajeto, pudessem dar um último adeus à monarca. O corpo de Elizabeth foi então transferido para um carro fúnebre ao atingir o Arco de Wellington, no qual foi transportado para Windsor.
A rainha foi sepultada em uma última cerimônia reservada aos familiares mais próximos, no “Memorial George VI”, um anexo onde foram enterrados seus pais e as cinzas de sua irmã Margaret. O caixão de seu marido, o príncipe Philip, foi enterrado ao lado dela, depois de ser transferido da cripta real, onde está desde sua morte em abril de 2021.
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Este ao vivo foi encerrado às 19h00 desta segunda-feira, 19. A cobertura da família real britânica e da futura coroação do rei Charles III continua em: https://www.estadao.com.br/internacional/
Família real publica foto inédita da rainha após sepultamento
A família real britânica divulgou uma nova fotografia da rainha Elizabeth II, pouco depois de anunciar que ela havia sido sepultada no Castelo de Windsor nesta segunda-feira, 19.
“‘Que os voos dos Anjos cantem para o teu descanso.’ Em memória amorosa de Sua Majestade a Rainha. 1926 - 2022″, diz a mensagem, que cita uma famosa frase de Shakespeare que seu filho, o rei Charles III, fez referência durante um discurso na televisão após a morte de sua mãe.
Sepultamento de Elizabeth II em Windsor marca o fim de uma era da monarquia britânica
Em um dos últimos atos do funeral da rainha Elizabeth II, Lorde Chamberlain – funcionário de mais alto escalão da Casa Real – encerrou simbolicamente a “segunda era elisabetana” ao quebrar o bastão da governante e o colocar sobre o caixão da monarca na Capela de St. George. O enterro da rainha nesta segunda-feira, 19, simboliza também o início do reinado de Charles III.
“A cerimônia em Windsor foi muito rica em simbolismos, não apenas em termos do enterro da rainha, mas na questão da transição entre os reinados. Toda a cerimônia evocou a ideia de ‘dois corpos’ dos monarcas: o corpo político (dever e posição do soberano) e o corpo físico (a pessoa que ocupa o cargo)”, explica a historiadora na Universidade de Winchester, especializada em monarquias, Elena Woodacre. “Hoje vimos a separação dos dois corpos. O corpo físico descansa e o político passa para Charles III.
Num primeiro momento, a coroa, o cetro e o orbe que estavam em cima do caixão da rainha - e são os símbolos do “corpo político” - foram retirados do caixão. Em seguida, a quebra do bastão do governante foi o segundo momento dessa “separação dos corpos do monarca”. “Essa é uma tradição antiga que marca o fim do serviço da Casa Real ao monarca, mas nunca havia sido televisionada”, lembra Elena Woodacre./Fernanda Simas
Rainha Elizabeth II é sepultada
Os restos mortais da rainha Elizabeth II foram sepultados nesta segunda-feira, 19, junto com os de seus pais, irmã e marido em uma capela na igreja do Castelo de Windsor, encerrando as homenagens fúnebres para a monarca mais longeva do Reino Unido que morreu há 11 dias.
“A rainha foi enterrada ao lado do duque de Edimburgo, na capela do memorial do rei George VI” numa cerimônia privada reservada aos familiares mais próximos, anunciou um comunicado da família real britânica divulgado em seu site oficial.
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Castelo de Windsor: a última morada da rainha foi concluída em 1969 e abriga os pais de Elizabeth
Ícone de uma era, a rainha Elizabeth II, que morreu após um reinado de 70 anos, recebeu nesta segunda-feira, 19, um último adeus em um imponente funeral de Estado na Abadia de Westminster, na presença de governantes de todo o mundo, antes de ser sepultada em uma cerimônia privada em Windsor, 40 km ao oeste da capital Londres e onde fica o famoso castelo de mesmo nome que será a última morada da rainha.
Em Windsor, o caixão foi levado para a Capela de St. George, igreja do século XV, conhecida por ter sido cenário dos últimos casamentos reais. A rainha será sepultada no Memorial George VI, um anexo onde foram enterrados seu pai - o rei George VI -, sua mãe e as cinzas de sua irmã Margaret.
O memorial terminou de ser construído em 1969, feito justamente para abrigar o caixão do rei George VI, que morreu de forma inesperada em fevereiro de 1952, aos 56 anos. Até então, não existia um local especial designado aos seus restos mortais.
O corpo do pai de Elizabeth ficou repousando na cripta real - onde estão os restos mortais de outros integrantes da família real - até 1969.
Falta de espaço
Na cripta real, continuam repousando os restos mortais de uma longa lista de soberanos entre os séculos 18 e 19, entre eles o rei George III, morto em 1820. Diante da falta de espaço no local era necessária a construção de outra capela - no que foi a primeira mudança arquitetônica no edifício.
Integrantes da família real britânica estão reunidos na capela de St. George, no Castelo de Windsor, para uma última cerimônia de despedida à rainha Elizabeth II. Ao contrário das duas cerimônias religiosas realizadas nesta segunda-feira, 19, o último momento será restrito apenas aos membros mais próximos da família, sem transmissão ao vivo pela televisão e redes sociais. De acordo com a rede britânica BBC, será neste momento mais reservado que o caixão da rainha será sepultado junto ao do príncipe Philip.
Os príncipes britânicos William e Harry caminharam juntos atrás do caixão da rainha Elizabeth II nesta segunda-feira, 19, assim como fizeram há 25 anos com sua mãe, a princesa Diana, mas sem mostrar sinais de reconciliação.
Com um livro de memórias de Harry, com previsão de lançamento para o ano que vem, e discussões nos bastidores sobre uniformes militares e títulos para seus filhos, eles e suas esposas, Catherine e Meghan, pareciam mais distantes do que nunca.
Os irmãos cumpriram seu dever, caminhando lado a lado atrás de seu pai, o rei Charles III, e de outros membros importantes da família real, enquanto o caixão de sua avó era levado para seu funeral na Abadia de Westminster.
William, herdeiro do trono de seu pai, vestia um uniforme militar. Harry, que está proibido de fazê-lo desde que abandonou sua vida como membro da realeza em 2020, vestia um terno no qual usava suas medalhas.
Na semana passada, Wiliam confessou ao público que o funeral de sua avó trouxe de volta lembranças dolorosas do cortejo fúnebre de sua mãe, em 1997, quando ele tinha 15 anos e seu irmão apenas 12. Mas se essa dolorosa experiência compartilhada estava em suas mentes, eles não demonstraram nenhum reconhecimento externo.
Na entrada da abadia, os irmãos estavam acompanhados de suas esposas e dos dois filhos mais velhos de William e Catherine, o príncipe George, de nove anos, e a princesa Charlotte, de sete, que são segundo e terceiro, respectivamente, na linha de sucessão ao avô.
William, Catherine, Harry e Meghan eram vistos como o futuro da monarquia até o afastamento do casal mais jovem, não fizeram contato visual enquanto caminhavam nos corredores da Igreja e sentaram separados.
William e sua família sentaram-se no banco da frente, com seu pai e seus irmãos Anne, Andrew e Edward. Harry e Meghan, oficialmente duque e duquesa de Sussex, se sentaram na segunda fila, diretamente atrás do rei e da rainha consorte com sua prima princesa Beatrice.
Houve especulações de que Harry poderia usar seu uniforme no funeral depois que apareceu vestido com o uniforme do regimento de cavalaria Blues and Royals, em uma vigília ao lado do caixão da rainha no sábado à noite. Mas esse parece ter sido um último gesto do rei para seu filho.
Harry serviu duas vezes com o Exército britânico no Afeganistão, mas os rígidos protocolos reservam roupas militares para membros ativos e plenos da família real para ocasiões como funerais de Estado.
Em entrevista à apresentadora americana Oprah Winfrey, Meghan disse que um membro não identificado da Casa Real expressou preocupação com qual seria a cor da pele de seu filho. Ela também acusou Catherine de fazê-la chorar, e os assessores do palácio de não querer ajudá-la quando teve pensamentos suicidas./ AFP
Enquanto o caixão da rainha Elizabeth II seguia da Abadia de Westminster para a capela de St. George, no Castelo de Windsor, uma nota branca podia ser vista aninhada entre joias da coroa em cima do caixão.
Era uma mensagem de despedida do rei Charles III, filho mais velho e herdeiro da rainha, que dizia simplesmente: “Em memória amorosa e dedicada. Charles R.”
A nota mostrou que Charles começou a usar “R” para “Rex” - latim para “rei” - a inicial normalmente usada pelo soberano ao assinar correspondência. A rainha Elizabeth assinava como “Elizabeth R.” para “Regina”, ou rainha.
Notas pessoais em caixões daqueles que têm funerais públicos são uma tradição não oficial na família real há décadas. A rainha já havia deixado bilhetes ela própria, no caixão da rainha-mãe, que morreu em 2002, e de seu marido, o príncipe Philip, que morreu no ano passado.
Para sua mãe, a rainha escreveu sua mensagem de adeus no mesmo papel timbrado do Palácio de Buckingham, com o Grande Selo do Reino, que Charles usou para o cortejo fúnebre de segunda-feira. Para seu marido de 74 anos, ela teria usado seu papel de carta pessoal. Em ambas as notas, a rainha assinou suas mensagens não como “Regina”, mas com o mais familiar “Lillibet”, seu apelido de menina.
Uma visão memorável do funeral da princesa Diana em 1997 foi o envelope enfiado dentro da coroa de flores e endereçado por um de seus filhos, o príncipe William, então com 15 anos, e o príncipe Harry, então com 12. Ele simplesmente dizia: “Mamãe”.
As notas de despedida não foram trocadas exclusivamente entre os membros da família real: quando o pai da rainha Elizabeth, o rei George VI, morreu em 1952, o primeiro-ministro Winston Churchill deixou uma nota no tributo floral ao rei que dizia: “Por Valor”, as mesmas palavras inscritas na Victoria Cross, a mais alta honraria concedida aos membros das forças armadas britânicas.
Além da nota pessoal de Charles, as flores no caixão da rainha contavam uma história própria.
De acordo com o Palácio de Buckingham, o rei pediu que a coroa contenha flores e folhagens cortadas dos jardins do Palácio de Buckingham, Clarence House – onde William, Príncipe de Gales, e sua esposa Catarina, Princesa de Gales, residem oficialmente em Londres – e Highgrove House, onde Charles e sua esposa Camilla, rainha consorte, vivem em Gloucestershire.
A folhagem inclui alecrim, que simboliza a lembrança; carvalho inglês, que simboliza a força do amor; e murta, uma planta que simboliza um casamento feliz e que foi cultivada a partir de um raminho de murta no buquê de casamento de Elizabeth em 1947. A pedido do rei, a coroa é feita de forma ambientalmente sustentável, disse o palácio./ WPOST
Mulher tenta vender pulseira do velório da rainha por R$ 132 mil e diz que valor ‘é justo’
Uma mulher que tenta vender a pulseira que usou para ter acesso ao velório da rainha Elizabeth II no Palácio de Westminster está sendo criticada pelo alto valor cobrado: 22 mil libras (R$ 132 mil). Mas ela rebate dizendo: “É justo”
“Eu estive na fila e sei o quão difícil foi chegar ali e ver a rainha. Penso que mesmo que você queira uma pulseira dessas agora, não é algo simples. Quase entrei em colapso antes de conseguir ver a rainha. Acredito que o preço seja justo”, afirma a jovem de 35 anos, de Hong Kong, ao tabloide The Mirror.
Em sites, essas pulseiras estão sendo colocadas à venda por até 100 mil libras. Esse valor “é alto demais”, segundo a jovem.
O velório público de Elizabeth II terminou após cinco dias de filas gigantescas que chegaram a atingir mais de 8 quilômetros. A fila de súditos que espera para entrar no Palácio de Westminster e prestar uma última homenagem foi interrompida diversas vezes, e o tempo de espera estimado chegar a 14 horas.