Furacão Ian toca o solo em Cuba com ventos de 205 km/h e segue para EUA

Classificado como categoria 3 pelo Centro Nacional de Furacões dos EUA, Ian pode levar a ‘danos devastadores’

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação

O furacão Ian tocou o solo na região oeste de Cuba nesta terça-feira, 27, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, em inglês). A tempestade tropical está a cerca de 25 quilômetros ao sul da cidade de Pinar Del Rio.

PUBLICIDADE

“O furacão Ian já está em território cubano”, afirmou um meteorologista do instituto durante uma transmissão especial da televisão estatal, antes de explicar que “a parede externa está sobre a costa da província de Pinar del Río, em La Coloma”, um vilarejo de pescadores de 7.000 habitantes.

As autoridades locais informaram que “devido à passagem do furacão Ian por nosso território, todos os circuitos de Pinar del Río estão sem energia elétrica”, afirmou o Cubadebate, portal oficial de notícias.

Moradores de Pinar del Río começaram a preparar suas casas para a passagem do furacão Ian na segunda-feira, 26. Foto: Yander Zamora/ EFE

Quase 38.000 pessoas foram retiradas de suas casas em Pinar del Río até a madrugada de terça-feira.

Publicidade

Alguns minutos antes do furacão tocar o solo em Cuba, o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos elevou Ian para categoria 3: a tempestade registra ventos de 185 quilômetros por hora, com rajadas até 200 km/h.

Em San Juan y Martínez, município vizinho a Pinar del Río e importante produtor de folha de tabaco para charutos, os produtores adotaram precauções extremas.

Nuvens pesadas sobre estrada em Havana nesta segunda-feira, 26, antes da chegada do furacão Ian ao solo cubano. Foto: Adalberto Roque/ AFP

Na segunda-feira, a Defesa Civil declarou a fase de “alerta” nas províncias de Pinar del Río, Artemisa e no município especial de ‘Isla de la Juventud’, no oeste, onde foram registradas inundações e ondas de cinco a sete metros.

O governo também declarou alerta para as províncias de Havana, Mayabeque, Matanzas, no oeste, e em Cienfuegos, centro do país.

Publicidade

Durante segunda-feira, os moradores de Havana formaram longas filas para conseguir alimentos. Pescadores interromperam os trabalhos e protegeram os barcos.

No bairo de El Fanguito, em Havana, moradores prepararam casas e estocaram alimentos. Foto: Ramon Espinosa/ AP - 26/09/2022

Rumo aos EUA

No Estado da Flórida, sul dos Estados Unidos, os moradores também se preparam para a chegada do Ian, após um alerta do NHC.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, declarou estado de emergência em 67 condados e as autoridades se preparam para a passagem do furacão, que deve provocar cortes de energia elétrica.

Ian “trará fortes chuvas, ventos fortes, inundações repentinas, tempestades... ao longo da costa do Golfo da Flórida”, afirmou DeSantis na segunda-feira em entrevista coletiva em Tallahassee.

Publicidade

O governador da Flórida, Ron DeSantis, durante coletiva de imprensa sobre a aproximação do furacão Ian na segunda-feira, 26. Foto: Chris O'Meara/ AP

Quase 5.000 membros da Guarda Nacional se uniram aos 2.000 soldados do Tennessee, Geórgia e Carolina do Norte para ajudar a combater o ciclone, informou o governador.

Em cidades como Miami, Fort Lauderdale e Tampa, as autoridades começaram a distribuir sacos de areia entre os moradores para reforçar a proteção contra as inundações.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou estado de emergência na Flórida, o que permite liberar fundos de ajuda federal.

Talvez um furacão ‘nunca visto na história’

À medida que Ian se aproxima da Flórida, funcionários do Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) em Tampa estão preocupados com o fato de os moradores não estarem preparados para o que poderia afetar a área da Baía de Tampa.

Publicidade

“O último grande furacão que realmente teve um impacto direto foi há 100 anos”, disse o meteorologista do NWS Rick Davis à emissora de TV americana CNN. “Então, há muitas pessoas que lidaram com furacões nos últimos cinco ou 10 anos na Flórida e podem ter a percepção de passar por uma forte tempestade”.

Homens usam tapumes de madeira para proteger vidraças de comércios na Flórida. Foto: Ricardo Arduengo/ AFP

Mas não será um golpe direto para Tampa sofrer danos catastróficos por inundações. A Baía de Tampa é extremamente vulnerável a tempestades, porque a água que chega não tem para onde ir, “então continua se acumulando no centro de Tampa”, de acordo com Davis.

“Mesmo em pequenas tempestades, podemos ter inundações costeiras na área da Baía Tampa, Bayshore Boulevard, e essas foram de tempestades bastante fracas”, disse Davis. “Portanto, podemos esperar que, com uma tempestade mais forte prevista para estar muito mais próxima e se movendo mais lentamente, ela continuará coletando água em áreas ao longo da baía em Tampa e em St. Pete”./ AFP e AP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.