PUBLICIDADE

G-20 concorda em separar menções a conflitos de declarações para destravar consensos, diz embaixador

‘Temas geopolíticos’ serão tratados em documentos paralelos de responsabilidade da presidência brasileira no grupo

PUBLICIDADE

RIO DE JANEIRO – O secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores e representante do presidente Lula no G-20, embaixador Mauricio Lyrio, disse há pouco que seus pares no grupo concordaram em retirar menções a conflitos globais das declarações ministeriais do grupo.

PUBLICIDADE

Esses “temas geopolíticos”, como definiu Lyrio, serão contemplados em documentos separados de responsabilidade da presidência brasileira. Segundo Lyrio, o teor desses textos paralelos já foi negociado com os demais países. Ele falou a jornalistas após a reunião de representantes dos países dos bloco, os “sherpas”, no Rio de Janeiro.

A fórmula, que já foi usada pelo Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), será incorporada pelo G-20 para destravar consensos em áreas específicas, alguns dos quais travados nas durante as duas últimas presidências, de Indonésia (2022) e Índia (2023).

Embaixador Mauricio Carvalho Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, em coletiva de imprensa no Rio de Janeiro Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Nessas duas presidências, disse Lyrio, não houve declarações conjuntas dos países, ou seja, com força no bloco, somente documentos emitidos pelas presidências e, portanto, com respaldo menor.

“O que conseguimos foi um acordo sobre como proceder nas reuniões ministeriais daqui em diante, para que se concentrem em seus temas e busquem entendimentos em suas áreas”, disse Lyrio.

“Durante as últimas presidências, alguns países exigiam um parágrafo mencionando a questão da Ucrânia, e portanto, os ministros não emitiam a declaração conjunta. Cabia à presidência do momento emitir uma declaração, mas não ministerial”, exemplificou.

Segundo o diplomata, exemplos de acordos praticamente fechados no âmbito do G-20, mas que estavam pendurados em função de menções geopolíticas, são documentos relacionados à redução da desigualdade, racial, de gênero e socioeconômica, e outro sobre acesso à água e saneamento.

Publicidade

Esses assuntos, que devem finalmente ser alvos de declarações ministeriais, serão abordados durante reunião do grupo de trabalho de desenvolvimento do G-20, nos dias 22 e 23 de julho no Rio de Janeiro. Essa reunião será presidida pelo ministro das relações exteriores, Mauro Vieira.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.