As autoridades da Geórgia anunciaram nesta segunda-feira que estão conduzindo as negociações com os seqüestradores de um grupo de observadores da Organização das Nações Unidas (ONU). Homens armados obrigaram dois alemães, um dinamarquês e um intérprete georgiano a saírem do caminhão no qual viajavam pela Garganta de Kodori na última quinta-feira. O paradeiro dos quatro é desconhecido. A televisão independente Rustavi-2 informou ontem que o seqüestradores exigiram US$ 1,5 milhão em resgate pelos reféns. Emzar Kvitsiani, representante do presidente Eduard Shevardnadze na tensa região de Kodori, disse à The Associated Press que estava conduzindo as negociações com os seqüestradores e enviou um grupo de emissários para se reunir com eles. "Haverá algum resultado (amanhã) pela manhã", afirmou. Kvitsiani comentou que o grupo estava em um cativeiro numa área de florestas da Garganta de Kodori, uma região disputada pela Geórgia e por forças separatistas da Abkházia. Mais cedo, o presidente Shevardnadze prometeu que a Geórgia se esforçará ao máximo para garantir a segurança dos reféns. "O governo georgiano está pronto para o diálogo, até mesmo para negociar com os elementos criminosos que seqüestraram os representantes da ONU", disse Shevardnadze na entrevista que costuma conceder a uma rádio local às segundas-feiras. "Essas medidas serão adotadas para que a vida dos representantes da ONU não fique em perigo." A Abkházia, um província do noroeste da Geórgia, goza de certa independência desde 1993, após um conflito de dois anos com soldados georgianos. No entanto, seu governo não é reconhecido pela Geórgia nem por nações estrangeiras. Metade da Garganta de Kodori - onde combates e seqüestros são relativamente comuns - é controlada pelos separatistas, enquanto a outra metade está nas mãos do governo da Geórgia.