González vai à Casa Branca e discute com Biden a restauração da democracia na Venezuela

Presidente americano reafirmou apoio ao opositor venezuelano e o compromisso em responsabilizar Nicolás Maduro por ações antidemocráticas

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Por Redação

WASHINGTON - O opositor venezuelano Edmundo González discutiu em encontro com Joe Biden na Casa Branca os esforços pela transição de poder no Palácio de Miraflores. González reivindica vitória sobre o ditador Nicolás Maduro na última eleição e foi reconhecido pelos Estados Unidos como presidente eleito da Venezuela.

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Biden disse que o mundo foi inspirado pelos milhões de venezuelanos que votaram por mudança em eleição profundamente falha, segundo o comunicado da Casa Branca. Essa escolha pela democracia, seguiu, foi demonstrada pela contagem dos votos que indicaram a vitória de Edmundo González por “margem insuperável”.

A oposição divulgou as cópias das atas que atestam a eleição de González com 67% dos votos. O chavismo, do outro lado, declarou a vitória de Nicolás Maduro sem apresentar os dados da votação, reprimiu protestos contra a reeleição do ditador e ameaça prender os líderes da oposição.

Sem dar detalhes, González promete que vai à Venezuela para tomar posse no lugar de Maduro em 10 de janeiro. A ditadura chavista ofereceu recompensa de US$ 100 mil por informações que levem à captura do opositor e afirma que ele será preso assim que pisar no país.

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Presidente Joe Biden recebe opositor venezuelano Edmundo González na Casa Branca. Foto: Reprodução/@EdmundoGonzález no X

Biden e González concordaram que “a vitória da campanha de González deve ser honrada com uma transferência pacífica de volta ao regime democrático”, detalhou a Casa Branca. “Também expressaram profunda preocupação com o uso inaceitável e indiscriminado da repressão por parte de Nicolás Maduro e seus representantes contra manifestantes pacíficos, ativistas da democracia e a sociedade civil”.

O americano disse que vai acompanhar os protestos que são esperados antes da posse na Venezuela, destacando que todos devem ter o direito de expressar opiniões políticas pacificamente sem medo de represálias. E reiterou o compromisso de responsabilizar Maduro por ações antidemocráticas.

Nas redes sociais, González disse que o compromisso de Joe Biden com a transição pacífica e ordenada na Venezuela está intacto. “Pudemos aprofundar o quão positiva para a região será a expansão da democracia a partir da Venezuela”, relatou.

O chavismo, do outro lado, condenou o apoio dos EUA ao opositor, voltando à carga contra Biden. “É grotesco que um governo de saída como o de Joe Biden, que está em descrédito político e marcado por um legado de fracassos nacionais e internacionais, insista em apoiar um projeto violento”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela em nota.

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O democrata deixa a Casa Branca em 20 de janeiro. Dez dias após a posse na Venezuela será a vez de Donald Trump assumir a presidência dos Estados Unidos e resta dúvida sobre qual será a sua abordagem com a ditadura de Nicolás Maduro. No primeiro mandato, o republicano pressionou com sanções, ameaçou intervenção militar e reconheceu o opositor Juan Guaidó como presidente. Agora, a sua política externa para Caracas deve ser pautada pela imigração.

Antes de Washington, Edmundo González passou por Argentina e Uruguai para reuniões com os presidentes Javier Milei e Luis Lacalle Pou, que reafirmaram o apoio ao opositor. O tour antes da posse deve incluir ainda paradas no Panamá e na República Dominicana./COM AFP

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