Governo alemão condena onda de ataques a políticos que ameaça provocar crise na Europa

Casos de violência antes das eleições para o Parlamento Europeu aumentam pressão para que Ursula von der Leyen rejeite alianças com a extrema direita; conservadores rebatem críticas

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Por Redação
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BERLIM - O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, condenou uma onda de ataques a políticos depois que Franziska Giffey, senadora e ex-prefeita de Berlim, foi atingida na cabeça com um objeto pesado em uma biblioteca pública. Foi a terceira agressão a uma autoridade em menos de uma semana. Franziska, membro do Partido Social-Democrata (SPD), de Scholz, ficou levemente ferida. A polícia prendeu o agressor, de 74 anos, identificado com a extrema direita.

“Os ataques a Franziska e a outros políticos são ultrajantes e covardes”, disse Scholz. “A violência não faz parte do debate democrático. Pessoas decentes e razoáveis estão claramente se posicionando contra isso – e elas são a maioria.”

Senadora Franziska Giffey fala com a imprensa um dia após ser agredida em biblioteca, Berlim, 8 de maio de 2024.  Foto: Ebrahim Noroozi/Associated Press

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O caso ameaça provocar uma crise na Europa à medida que se aproximam as eleições para o Parlamento Europeu, marcadas para o dia 6 de junho. Segundo pesquisas, partidos de extrema direita devem obter ganhos históricos na votação.

Ataques semelhantes foram registrados na Bélgica, Espanha, Suécia e Irlanda. Na Alemanha, os episódios são mais graves. No fim de semana, o eurodeputado Matthias Ecke foi agredido por quatro jovens de extrema direita, de 17 e 18 anos, em Dresden. Ele sobreviveu, mas teve de ser submetido a uma delicada cirurgia de emergência.

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A violência fez com que partidos políticos da Europa publicassem uma carta condenando os ataques e pedindo que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen “rejeite qualquer normalização, cooperação ou aliança com a extrema direita e partidos radicais”.

Cartaz em defesa da democracia é visto em protesto contra extrema direita e a violência política, Berlim, 5 de maio de 2024.  Foto: Christian Mang/AFP

A carta foi assinada por cinco dos sete grupos do Parlamento Europeu (socialistas, democratas, liberais, verdes e esquerdistas) – no Parlamento, os eurodeputados se agrupam não por nacionalidade, mas em grupos políticos, em função das suas afinidades.

Mas o Partido Popular Europeu (EPP), o maior bloco do Parlamento, que representa os partidos conservadores, se recusou a assinar, colocando Ursula em uma saia-justa – ela é filiada à União Democrata-Cristã (CDU), de centro-direita alemã, que faz parte do EPP.

O EPP criticou os partidos políticos e a carta, rejeitando as insinuações de que Ursula trabalharia com a extrema direita, coisa que ela tem frequentemente de desmentir – nesta quarta, ela repetiu o compromisso de não cooperar com os radicais.

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“Devemos proteger todos aqueles que defendem a nossa democracia. Independentemente de partido”, disse. “Com os servos do Kremlin, os negacionistas da democracia e os extremistas, não há Estado e tampouco União Europeia.”/NYT e AFP

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