PUBLICIDADE

Governo Biden planeja enviar US$ 1 bilhão em novas armas a Israel

A notificação foi feita menos de uma semana depois de a Casa Branca suspender um envio de bombas em resposta à ofensiva israelense planejada para Rafah

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação

WASHINGTON - O governo de Joe Biden notificou o Congresso dos EUA nesta terça-feira, 14, que estava avançando com um pacote de mais de US$ 1 bilhão em novos acordos de armas para Israel, disseram oficiais americanos, segundo o Wall Street Journal. A notificação sobre o grande pacote de armas foi feita menos de uma semana depois de a Casa Branca pausar um envio de bombas em resposta à ofensiva israelense planejada para Rafah, na Faixa de Gaza.

PUBLICIDADE

O último pacote de armas prevê a transferência de US$ 700 milhões em munição de tanque, US$ 500 milhões em veículos táticos e US$ 60 milhões em munições de morteiro, segundo os oficiais. Ainda há etapas adicionais antes que elas sejam aprovadas e entregues.

A decisão de prosseguir com o processo de aprovação sublinhou a relutância do presidente Joe Biden em aprofundar sua ruptura com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, sobre a operação em Rafah, restringindo acordos de armas de longo prazo com seu aliado mais próximo no Oriente Médio.

O presidente dos EUA, Joe Biden Foto: Mariam Zuhaib/AP

A Casa Branca tem sido criticada por ambos os lados do espectro político nos EUA por seu apoio militar à guerra de Israel contra o Hamas em Gaza, que já dura sete meses. Alguns dos colegas democratas do presidente Biden o pressionam a limitar as transferências de armas ofensivas para Israel, a fim de dissuadir o aliado a fazer mais para proteger os civis palestinos. Muitos republicanos, por outro lado, condenam qualquer diminuição do apoio militar a Israel.

Oficiais dos EUA têm enfatizado sua oposição a um ataque israelense em grande escala na cidade, dizendo que isso poderia resultar em baixas civis generalizadas e aprofundar a crise humanitária em Gaza sem encerrar a ameaça que Israel enfrenta do Hamas. Mas até agora, registraram sua oposição apenas retendo um único envio de bombas de 2 mil libras (cerca de 907 kg).

Biden disse na semana passada que consideraria reter armas adicionais se Israel atacasse centros populacionais em Rafah. Ele acrescentou que continuaria fornecendo armas que o país poderia usar para autodefesa.

Após a suspensão pelo governo americano, Netanyahu afirmou que seu país seguiria na guerra, sozinho se fosse necessário. “Se tivermos que ficar sozinhos, ficaremos sozinhos”, disse ele. “Se precisarmos, lutaremos com as unhas. Mas temos muito mais do que unhas”.

Publicidade

Seth Blinder, um especialista em vendas de armas dos EUA com o Centro de Democracia do Oriente Médio, um instituto de política em Washington, disse que a decisão da Casa Branca de prosseguir com um grande novo pacote de armas para Israel apenas dias após interromper um envio pendente minou sua própria tentativa de pressionar Netanyahu a repensar a condução da guerra.

Embora possa levar anos para que as armas do último pacote sejam entregues, Binder disse que Israel poderia interpretar o avanço desses acordos como um sinal de que os munições gastas na guerra em Gaza seriam reabastecidas, apesar do forte desacordo sobre Rafah.

Os EUA enviaram a Israel dezenas de milhares de bombas, munição de tanque e artilharia, armas de precisão e equipamento de defesa aérea desde o início da guerra, muitas vezes usando US$ 23 bilhões em transferências de armas previamente aprovadas pelo Congresso.

Mesmo após a ameaça de Biden, a mais severa desde o início da guerra, as Forças de Defesa de Israel (FDI) avançaram dentro da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, chegando a alguns distritos residenciais no município que faz fronteira com o Egito. Mais de 1 milhão de civis palestinos se deslocaram para a cidade por conta da guerra que começou no norte do enclave.

No dia 7 de maio, tanques israelenses tomaram a passagem de fronteira entre Rafah e o Egito e exigiram o deslocamento de civis palestinos de algumas áreas da cidade.

A operação militar israelense em Rafah fez com que as negociações por um cessar-fogo ficassem estagnadas, segundo o primeiro-ministro e emir do Catar, Tamim bin Hamad Al-Thani. Durante participação no Fórum Econômico do Catar, o primeiro-ministro apontou que as conversas ganharam tração nas últimas semanas, mas a operação em Rafah retrocedeu as negociações./AP e DOW JONES

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.