TEL-AVIV - A derrota do governo do primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett,em uma legislação sobre direitos de colonos na Cisjordânia enfraqueceu a coalizão de governo e colocou sua frágil maioria em risco depois de um deputado do partido árabe e outro de esquerda votarem contra o projeto.
Bennett perdeu em abril a maioria de 1 deputado que mantinha sobre a oposição no Parlamento de 120 cadeiras (61-59) depois de uma parlamentar do partido Yamina abandonar o governo. Desde então, ele vem negociando votos a cada projeto. A coalizão reúne desde o ano passado desde partidos de esquerda e árabes a ortodoxos e de direita, unidos com o objetivo de derrotar o ex-premiê Binyamin Netanhyahu.
A oposição, que anunciou que votaria contra o projeto apenas para mostrar sua desconfiança no governo, reuniu 58 votos contra os 52 favoráveis à coalizão. Segundo analistas israelenses, Bennett e seu principal aliado, Yair Lapid, negociam apoio para manter a coalizão de pé por ao menos mais alguns meses.
Em vigor desde 1967, a norma determina que os colonos nesse território têm os mesmos direitos que os cidadãos residentes em Israel e costuma ser ratificada automaticamente no Parlamento a cada cinco anos.
Se a “lei da Judeia e Samaria” - nome de Israel para a Cisjordânia ocupada - não for aprovada antes de 1º de julho, os mais de 475 mil colonos que vivem em assentamentos nesse território deixarão de se beneficiar dos mesmos direitos que os outros cidadãos israelenses, incluindo o direito ao voto.
De acordo com analistas, a oposição de direita liderada pelo ex-primeiro-ministro Binyamin Netanyahu não quer bloquear a lei, mas votou contra para debilitar o governo e colocar em evidência sua minoria parlamentar e, no limite, arquitetar uma volta do ex-premiê ao poder. /AFP
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