Governo venezuelano começa mobilização para estabelecer Constituinte

Uma das estratégias do chavismo para conseguir votos é fazer com que cada membro das organizações de base do partido governista e dos movimentos sociais leve 10 eleitores às urnas no domingo

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Por Redação

CARACAS - O governo venezuelano começou a se mobilizar para conseguir estabelecer a Assembleia Constituinte, cuja votação será realizada no domingo.

Uma das estratégias do chavismo é realizar o chamado "maquinário 4x4", em que cada membro das organizações de base do partido governista e dos movimentos sociais deve levar 10 eleitores às urnas.

Nicolás Maduro ameaçou os funcionários públicos que não votarem para formar a Constituinte Foto: AFP PHOTO / VENEZUELAN PRESIDENCY / HO

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Caracas também afirmou que verificará se os beneficiários de seus programas sociais votarão na eleição da Assembleia, por meio da apresentação do chamado "carnê da pátria" nas seções eleitorais.

"Carnê da pátria na mão, todo mundo com seu carnê da pátria e sua identidade. Na porta das seções eleitorais, vamos checar todos os carnês para saber se todos votaram", disse o presidente, Nicolás Maduro, em um comício pela Constituinte.

O documento, que contém um "QR code" (similar a um código de barras) com informações sobre o usuário, permite, entre outras coisas, adquirir alimentos subsidiados, em meio ao desabastecimento e à grave inflação que atingem o país.

A oposição afirma que a exigência é um mecanismo de controle social com objetivos políticos. Maduro antecipou que a Constituinte visa incluir o "carnê da pátria" na nova Carta Magna.

No dia 6 de julho, o líder chavista ameaçou os funcionários públicos que não votarem para formar a Constituinte. "Se temos 15 mil em uma repartição, devem votar os 15 mil, sem desculpas, empresa por empresa, ministério por ministério, prefeitura por prefeitura.”

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Segundo analistas, uma alta abstenção diminuiria a legitimidade da Constituinte, diante dos 7,6 milhões de votos obtidos, de acordo com a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), no plebiscito simbólico realizado no dia 16 de julho contra o processo. / AFP

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