Incêndios na Grécia forçam a retirada de 5 mil pessoas nas ilhas de Rodes e Corfu

Mais de 30 mil pessoas foram retiradas da ilhas gregas desde o início dos incêndios; centenas de turistas tentam voltar aos seus países, mas diversas companhias suspenderam voos de volta

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Por Redação
Atualização:

Cerca de 5 mil pessoas foram retiradas da ilhas gregas de Rodes e Corfu nesta segunda-feira, 24, após fortes incêndios que estão espalhados por diversas regiões da Grécia.

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Desde o começo dos incêndios na quarta-feira passada, 19, mais de 30 mil pessoas fugiram das chamas na região, na “maior operação de retirada já realizada na Grécia”.

Centenas de turistas aguardam no aeroporto internacional de Rodes à procura de voos de volta para casa. Várias companhias suspenderam voos em direção à ilha.

“Nas próximas semanas, devemos estar em alerta constante. Estamos em guerra, vamos reconstruir o que perdemos, vamos compensar os feridos”, apontou o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis ao Parlamento.

Foram relatados 46 novos incêndios em 24 horas, de acordo com a corporação de bombeiros.

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Pessoas assistem aos incêndios perto da vila de Malone, na ilha grega de Rodes, em 23 de julho de 2023 Foto: Spyros Bakalis/AFP

2.500 pessoas são retiradas da ilha de Corfu

Autoridades gregas retiraram de forma preventiva na madrugada desta segunda-feira quase 2.500 pessoas do norte da ilha turística de Corfu, em um país “em guerra” contra vários incêndios inflamados pela onda de calor.

As pessoas evacuadas se somam aos mais de 30 mil turistas que se viram obrigados a fugir da ilha de Rodes neste fim de semana pela mesma razão.

O fogo no norte da ilha de Corfu no Mar Jônico (noroeste), muito frequentada pelos turistas, obrigou à “retirada preventiva de 2.466 pessoas” durante a noite de domingo, afirmou nesta segunda-feira o porta-voz Yannis Artopios.

Um cervo corre com fumaça ao fundo durante um incêndio na ilha grega de Rodes, em 24 de julho de 2023 Foto: Spyros Bakalis/AFP

As autoridades mandaram uma mensagem de alerta aos celulares dos habitantes e visitantes em várias localidades para que abandonassem “por precaução suas residências”, explicou.

Voos cancelados

O Ministério das Relações Exteriores da Grécia abriu um comitê de gestão de crise em Atenas para facilitar a repatriação de estrangeiros. A TUI, a empresa de turismo número um do mundo, e a britânica JeT2 suspenderam voos para a ilha. A operadora de turismo holandesa Corendon anunciou uma interrupção semelhante, segundo a imprensa.

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De acordo com as autoridades, ainda serão necessários vários dias para controlar as chamas, agravadas por fortes ventos.

“Segundo os nossos dados, provavelmente vamos enfrentar entre 16 e 17 dias de onda de calor, algo que nunca aconteceu em nosso país”, disse Kostas Lagouvardos, diretor de pesquisa do Observatório Nacional.

Todos os sítios arqueológicos da Grécia, incluindo a famosa Acrópole de Atenas, estarão fechados ao público durante as horas mais quentes do dia.

Aeroporto

No saguão de embarque do aeroporto internacional, muitos viajantes, esperando poder retornar a seus países, explicam como foram evacuados de hotéis ou de suas casas de férias nas margens do Mar Egeu “em condições de pesadelo”.

Entre eles está Daniel-Cladin Schmidt, um alemão de 42 anos que veio de férias com a mulher e o filho de 9 anos para passar férias em Kiotari, uma região do sudeste desta ilha do Dodecaneso.

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“Estamos exaustos e traumatizados”, disse à AFP. “Acho que simplesmente não percebemos o que aconteceu”, acrescenta. Assim que o alarme de seu hotel disparou, eles foram “retirados para a praia”, diz ele.

“Eram milhares de pessoas, os ônibus não podiam passar, tivemos que caminhar por mais de duas horas. Não conseguíamos respirar direito, cobríamos o rosto para seguir em frente. É um milagre”, afirmou o turista.

Um bombeiro segura um gato e dois coelhos depois de resgatá-los de um incêndio na ilha grega de Rodes, em 24 de julho de 2023 Foto: Spyros Bakalis/AFP

Temperatura

Desde o início do verão, temperaturas extremas no continente europeu prejudicam dezenas de milhões de pessoas. Segundo previsões de especialistas, julho pode se tornar o mês mais quente já registrado na história.

Nesta segunda-feira, muitas regiões permaneciam em “alerta vermelho”, ou seja, “perigo extremo” de incêndios florestais, declarou um funcionário da assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros.

Neste inicio de semana. o país europeu registra uma ligeira redução da temperatura antes de uma nova onda de calor a partir de terça-feira, 25, segundo o serviço meteorológico nacional. Na quarta-feira, 26, a temperatura alcançará 44º C e são previstas “tempestades no centro e oeste do país, antes de uma queda de 6 a 8 ºC./AFP

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