Greve contra reforma de Macron na França bate recorde de manifestantes

Segundo o Ministério do Interior, a manifestação foi a maior contra a reforma da Previdência, com 1,28 milhão de participantes

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Por Redação
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PARIS - A França viveu nesta terça-feira, 7, mais um dia de greve e protestos contra a reforma da previdência proposta pelo presidente Emmanuel Macron. A adesão à paralisação foi recorde, segundo lideranças sindicais. O Ministério do Interior estima em 1,28 milhão o número de pessoas nas ruas. O dia foi marcado pelo bloqueio de estradas e de serviços de transporte.

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Os manifestantes protestam contra o projeto de adiar a idade da aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030 e antecipar para 2027 a exigência de contribuição por 43 anos (e não 42, como atualmente) para receber a pensão integral. Os protestos desta terça-feira tiveram confrontos isolados com as forças de segurança em várias cidades, entre elas Paris, onde 43 pessoas foram detidas, segundo a polícia.

A mobilização superou a de 31 de janeiro, até então considerada a maior manifestação contra uma reforma social em três décadas no país. A segunda maior economia da União Europeia enfrentou a sexta jornada de greve convocada pelos sindicatos desde 19 de janeiro contra o endurecimento das condições de acesso a uma pensão integral.

Policiais removem lixeira incendiada durante protesto em Rennes contra reforma da Previdência de Macron Foto: Fred Tanneau/AFP - 7/3/2023

Novos protestos devem ocorrer nesta semana. Na quarta-feira, a pauta antirreforma deve estar presente nos atos do Dia Internacional da Mulher, e em manifestações convocadas pelos estudantes na quinta-feira. Os sindicatos estudam ainda uma nova jornada de manifestações no sábado.

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Reeleito em 2022, Macron aposta seu capital político na reforma, depois que a pandemia o obrigou a abandonar uma reforma anterior durante seu primeiro mandato, também marcado pelo protesto social dos “coletes amarelos”.

Cortes de eletricidade ‘selvagens’

Após semanas de protestos pacíficos sem sucesso desde 19 de janeiro, os sindicatos intensificaram sua luta contra o governo no final das férias escolares de inverno na França, com o objetivo de “paralisar” a economia.

O dia amanheceu com estradas bloqueadas de Rennes, no oeste do país, a Perpignan no sul, com a suspensão do envio de combustível de todas as refinarias, uma greve dos lixeiros, com escolas fechadas, além de trens e voos cancelados, entre outros.

Em Annonay , cidade do ministro do Trabalho, Olivier Dussopt, mais de 2 mil casas ficaram sem eletricidade, informou a empresa Enedis. Outros possíveis cortes de energia “selvagens” foram registrados em Boulogne-sur-Mer e Neuville-en-Ferrain.

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Na segunda-feira, os grevistas paralisaram três dos quatro terminais de GNL por “sete dias” e, desde sexta-feira, derrubaram a produção de eletricidade no setor nuclear.

Apesar da forte mobilização nas ruas, o porcentual de grevistas era menor do que o registrado no início do movimento, principalmente entre ferroviários e professores.

Após fracassar na tentativa de convencer a população sobre a necessidade da reforma para evitar um futuro déficit no fundo de pensões, a primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, tenta agora desacreditar o movimento de oposição. Na segunda-feira, qualificou a nova estratégia sindical como “irresponsável”.

A última vez que os franceses conseguiram evitar uma reforma da Previdência aconteceu em 1995. Os sindicatos paralisaram os serviços de trens e metrô por três semanas e conseguiram manter um grande apoio da opinião pública.

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Mas, na ausência de maioria oficial no Parlamento, o governo optou por um controverso procedimento que lhe permite aplicá-lo, caso as duas câmaras não se pronunciem nos mesmos termos até o fim de março. /AFP

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