A violência quase diária na capital da Somália, Mogadiscio, no ano passado, deixou o maior número de feridos em uma década, incluindo cerca de 2.300 mulheres e crianças, informou hoje Nicole Engelbrecht, porta-voz da Cruz Vermelha. Mais de 6 mil pessoas receberam atendimento nos hospitais Keysaney e Medina em 2010, ante 2.800 em 2008, disse o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que abastece os hospitais com medicamentos e paga os salários dos funcionários.A Somália não tem um governo funcional desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991. Desde então diversos grupos lutam pelo controle dos territórios, em uma guerra civil que levou o país a uma crise generalizada. A Cruz Vermelha, um dos poucos grupos humanitários que ainda operam na Somália, disse que foi difícil conseguir dados confiáveis sobre mortos na capital. De acordo com o único serviço de ambulância de Mogadiscio, mais de 2.100 civis morreram por causa dos confrontos no ano passado. Segundo um grupo norte-americano que trabalha para prevenir mortes de civis, a Somália é mais perigosa do que o Afeganistão ou o Iraque."Pessoas seriamente feridas chegam a qualquer hora, até mesmo no meio da noite", disse Pascal Mauchle, chefe da delegação da Cruz Vermelha na Somália. "Nós estamos especialmente preocupados com o grande número de civis, incluindo mulheres e crianças, que sofrem ferimentos por arma de fogo". Mogadiscio sofre frequentes ataques de morteiros, foguetes e artilharia que são trocados entre insurgentes islamitas e forças ligadas ao governo, que protegem a pequena porção de território controlada pela frágil administração somali. A Cruz Vermelha pede que os participantes do conflito evitem atingir civis. "Os envolvidos na guerra devem distinguir, o tempo todo, entre civis e combatentes. Eles não devem empregar meios indiscriminados e métodos de guerra. Funcionários da saúde, hospitais e clínicas devem ser respeitados e protegidos em toda as circunstâncias". As informações são da Associated Press.
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