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150 caminhões da ajuda humanitária aguardam, na fronteira do Egito, liberação para entrar em Gaza

Purificadores de água e mantimentos enviados pelo Brasil estão no comboio; brasileiro que aguarda a repatriação disse ao ‘Estadão’ que há bombardeios intensos próximos à fronteira

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Foto do author Giovanna Castro
Atualização:

Cerca de 150 caminhões carregando ajuda humanitária estão parados na fronteira do Egito, aguardando liberação para entrar na Faixa de Gaza, onde palestinos têm sofrido com a escassez de alimentos e produtos em geral devido ao bloqueio feito por Israel e da guerra em si. No comboio, estão também os purificadores de água, medicamentos e outros suprimentos enviados pelo governo brasileiro aos seus cidadãos que estão em Gaza.

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A fronteira, que liga o Egito à cidade de Rafah, cidade palestina onde parte do grupo de 28 brasileiros estão alojados enquanto aguardam pela repatriação, tem sido bombardeada por Israel – motivo pelo qual ela permanece fechada.

Ao Estadão, o cidadão palestino e brasileiro Alajrami Ahmed, que está em Rafah, disse que “há um bombardeio muito violento à noite” na cidade. “Estamos todos (cidadãos brasileiros) bem”, mas “não conseguimos dormir”, afirmou.

Caminhões que transportam ajuda humanitária para os palestinos aguardam a reabertura da fronteira do Egito com Gaza, na passagem de Rafah Foto: Reuters

Os egípcios estão reparando os danos provocados pelas bombas à fronteira de Rafah para permitir a passagem dos caminhões de ajuda humanitária, que foram anunciados por Washington (EUA) e pelo Cairo (Egito). No entanto, há dias não há cessar fogo e, segundo o governo do Cairo, quatro funcionários já ficaram feridos durante as operações de reparo da fronteira.

Os caminhões estão aguardando há vários dias, segundo testemunhas. Eles transportam ajuda do Egito e de dezenas de países de todo o mundo. Nos últimos dias, vários aviões – incluindo um da presidência do Brasil – pousaram no aeroporto de Al Arish, capital da província egípcia do norte do Sinai, a quase 40 quilômetros de Rafah, para descarregar mantimentos.

Caixas com purificadores de água e medicamentos chegaram em avião da previdência do Brasil ao Egito nesta quarta-feira, 18; produtos serão enviados aos brasileiros que estão na Faixa de Gaza durante a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas Foto: Divulgação/GOV BR e FAB

Os trabalhadores humanitários estão preocupados com os alimentos perecíveis que aguardam para entrar em Gaza. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para uma catástrofe humanitária no pequeno território de Gaza, onde vivem 2,4 milhões de palestinos.

Nesta quinta-feira, 19, o ministério egípcio das Relações Exteriores anunciou a chegada ao País do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, que pede há vários dias que a ajuda da ONU, armazenada nas fronteiras dos territórios palestinos ocupados, possa entrar em Gaza.

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou ter conseguido que o presidente egípcio, Abdel Fatah Al Sisi, permita que até 20 caminhões passem por Rafah, a única passagem de fronteira para Gaza que não é controlada por Israel.

Biden alertou, no entanto, que a autorização poderia ser suspensa caso os suprimentos sejam confiscados pelo Hamas ou tenham sua entrada impedida pelo grupo – Israel exige que a ajuda seja distribuída apenas aos civis do sul da Faixa de Gaza.

Segundo o presidente americano, as entregas devem começar apenas na sexta, 20, considerando que o Egito precisará reparar os danos na estrada que liga o País ao território palestino. A Casa Branca informou que ambos os líderes concordaram em trabalhar juntos para dar uma resposta internacional que atenda ao apelo da ONU.

O acordo com o Egito foi anunciado horas depois de Israel e Estados Unidos concordarem com a entrada de “alimentos, água e remédios para a população civil”. Nenhuma menção foi feita ao combustível, que é necessário para a única usina elétrica de Gaza, há dias parada, atender aos geradores de hospitais e as bombas de extração de água./Com informações da AFP

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