Guerra na Ucrânia: comboio russo ameaça Kiev e fortes bombardeios atingem Kharkiv

Movimentação de tanques e veículos foi captada por satélites; estimativa é que fila de blindados se estenda por 64 km

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Por Redação

Um comboio massivo de tanques e blindados russos começou a se deslocar em direção a Kiev entre a noite de segunda-feira, 28, e a madrugada desta terça, 1°, em mais uma ofensiva de Moscou contra o território ucraniano.

Enquanto a fileira de veículos militares com 64 km de extensão se posicionava a menos de 30 km da capital, bombardeios atingiam cidades importantes da Ucrânia, que tenta resistir até que novas rodadas de negociação diplomática tentem chegar a um cessar-fogo.

Imagem fornecida pela Maxar Technologies mostra um comboio militar russo a noroeste de Invankiv, na Ucrânia;estimativa é que fila de blindados se estenda por 64 km Foto: Maxar Technologies via AP 

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A manhã (madrugada em Brasília) começou com novos bombardeios em Kiev e em outras cidades-chave da Ucrânia. Sirenes de alerta foram disparadas na capital e em Vinnytsia, Uman e Cherkasy, noticiou a imprensa local.

Em Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, áreas residenciais foram bombardeadas, causando a morte de pelo menos sete pessoas, com dezenas ficando feridas. Eles alertaram que as baixas podem ser muito maiores.

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O chefe da região de Kharkiv, Oleg Synegubov, denunciou que um dos bombardeios atingiu o centro da cidade, incluindo a sede do governo.

Synegubov disse que os russos utilizaram mísseis de cruzeiro e GRAD no ataque, e acusou a Rússia de cometer crimes de guerra. O controle da cidade, contudo, permanece com as forças ucranianas.

O jornal The Guardian classificou o ataque como uma tentativa de matar o governador de Kharkiv. Os russos negam atacar áreas residenciais - apesar das abundantes evidências de bombardeios de casas, escolas e hospitais.

No ataque mais letal, a artilharia russa atingiu uma base militar em Okhtyrka, uma cidade entre Kharkiv e Kiev, e mais de 70 soldados ucranianos foram mortos, escreveu o chefe da região, Dmitro Zhivtski.

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O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse acreditar que o aumento dos bombardeios é mais uma forma de Putin pressionar por condições mais favoráveis à Rússia nas negociações diplomáticas. "Acredito que a Rússia está tentando pressionar (a Ucrânia) com este método simples", disse Zelenski na segunda-feira, em um discurso em vídeo.

Ele não deu detalhes das conversas diplomáticas da segunda, mas disse que Kiev não está preparada para fazer concessões "quando um lado está atingindo o outro com foguetes de artilharia".

A disputa se alastrou em outras cidades e vilas em todo o país. A cidade portuária estratégica de Mariupol, no Mar de Azov, está "aguentando", disse o conselheiro de Zelenski, Oleksiy Arestovich. Um depósito de petróleo foi bombardeado na cidade oriental de Sumy.

Em Kherson, no sul do país, o prefeito Igor Kolikhayev afirmou que forças russas chegaram "às portas da cidade" durante a madrugada. "O exército russo está instalando postos de controle nas entradas de Kherson. É difícil dizer como a situação vai evoluir", disse, acrescentando que a cidade "continuava ucraniana" e pedindo para os moradores resistirem.

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Apesar de sua vasta força militar, a Rússia ainda não tinha controle do espaço aéreo ucraniano, uma surpresa que pode ajudar a explicar como a Ucrânia evitou até agora uma derrota.

Na cidade litorânea de Berdyansk, dezenas de manifestantes gritaram com raiva na praça principal contra os ocupantes russos, gritando para eles irem para casa e cantando o hino nacional ucraniano. Eles descreveram os soldados como jovens recrutas exaustos. /AP e AFP

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