Cada bombardeio pode incluir múltiplos lançamentos de bombas. Isto é, não foram 26.171 bombas lançadas pelos EUA. O total de bombas é muito, muito maior.
A Síria, em 2016, foi o maior alvo das ações americanas. Ao todo, os EUA realizaram 12.192 bombardeios. O foco das operações foi o ISIS, também conhecido como Grupo Estado Islâmico ou Daesh. Ocorreram operações também contra a Frente de Conquista do Levante (antiga Frente Nusrah, a Al Qaeda no Levante). As ações foram feitas sem coordenação com o regime sírio. O Iraque, por sua vez, foi alvo de 12.095 bombardeios americanos no ano passado. As ações também se focavam no ISIS. Diferentemente da Síria, houve coordenação e autorização do governo iraquiano.
Os outros países bombardeados pelos EUA no ano passado são o Afeganistão (1.337), onde o alvo é o Taleban e a Al Qaeda; a Líbia (496), onde o alvo é o ISIS, bem mais fraco no país do que na Síria e no Iraque. No Yemen (34), contra a Al Qaeda da Península Arábica (braço mais poderoso da rede terrorista); na Somália (14), contra o Al Shabab (organização terrorista ativa nesta região da África). E no Paquistão (3), contra a Al Qaeda.
Guga Chacra, blogueiro de política internacional do Estadão e comentarista do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires
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