Israel entrou no Líbano em 1982 supostamente por 48 horas para se vingar da morte de um diplomata israelense em Londres em ação atribuída à OLP. No fim, permaneceu em partes do território até 2000. O comando palestino, incluindo Yasser Arafat, estava no Líbano desde os anos 1970. A Guerra Civil libanesa havia se iniciado em 1975 e tinha diferentes facções cristãs, sunitas, xiitas e drusas, além do envolvimento do Exército da Síria.
Uma vez dentro do Líbano, Israel ocupou Beirute e levou adiante uma aliança com a facção cristã Phalange, fundada em 1936 com inspiração no Estado nazista de Hitler, comandada por Bashir Gemayel, então, com apenas 34 anos. O objetivo de Sharon era consolidar seus aliados cristãos no poder e assinar um acordo de paz com eles.
Gemayel foi eleito presidente do Líbano e, três semanas mais tarde, morreu em atentado terrorista. Seus seguidores, que atribuíram o ataque aos palestinos, decidiram se vingar. Ariel Sharon era ministro da Defesa de Israel, que controlava os campos de Sabra e Shatila e não impediu os cristãos falangistas de entrarem para cometer o massacre. Foram cerca de 2.000 mortos, incluindo mulheres e crianças, muitas vezes cortadas em pedaços pelos milicianos cristãos. Os soldados israelenses em nenhum momento os interromperam.
Posteriormente, o governo de Israel estabeleceu uma comissão investigadora comandada pelo juiz Yitzhac Kahan, que recomendou a saída de Sharon do posto de ministro da Defesa. Ele não foi considerado responsável direto, mas deveria, de acordo com o chefe da Justiça de Israel, ter previsto o que poderia ocorrer ao permitir a entrada dos cristãos falangistas, liderados por guerrilheiros de vinte e poucos anos.
Resumo- Israel controlava os campos de Sabra e Shatila. Quem cometeu os massacres foram os cristãos libanesas (em tempo, eu tenho origem cristã libanesa). Segundo a Justiça israelense, Sharon deveria ter previsto que os milicianos cristãos cometeriam os massacres
Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires
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