O secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério de Relações Exteriores, embaixador André Corrêa do Lago, disse neste domingo, 17, que já existe a base de um acordo para que a declaração final do G-20 faça menção a financiamento climático, conforme deseja a presidência brasileira do grupo.
“Teve a base de um acordo para a declaração falar de financiamento climático”, disse Corrêa do Lago a jornalistas em evento da organização Global Citzen, no Rio, às vésperas da Cúpula de líderes do G-20. Em linha com declarações da ministra do meio ambiente, Marina Silva, ele reconheceu que há países fazendo objeção à menção.
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Segundo Corrêa do Lago, no G-20, a defesa brasileira é de que toda a economia e os investimentos devem incorporar a questão do clima de forma transversal, algo mais amplo que as discussões de momento em Baku. “A força-tarefa do clima avançou imensamente nessa ideia”, disse.
A importância do documento final do G20 mencionar o financiamento climático, explica, também reside no fato de a metade do grupo ser formada pelos países mais ricos do mundo e a outra incluir os maiores emergentes, uma correlação que repercute diretamente na COP, onde esses países são atores essenciais.
“Mas uma coisa é Baku e a outra é G20. Não há nenhuma autoridade do G20 sobre uma convenção de 196 participantes”, lembrou.
COP29
Já na COP 29, que acontece em Baku, no Azerbaijão, Corrêa do Lago disse que o ponto mais sensível segue sendo a fonte de financiamento do enfrentamento às mudanças climáticas em países de baixa renda, que alguns países desenvolvidos querem passar a compartilhar com emergentes.
“Os países desenvolvidos tinham de ter providenciado US$ 100 bilhões por ano entre 2020 e 2025 para este fundo, conforme se comprometeram. Não o fizeram. Dizem que, em 2023, até chegou a US$ 100 bilhões, mas a verdade é que em 2020, 2021 e 2022 isso não aconteceu. Então, esses países agora acham que devem dividir essa culpa na próxima etapa com os países em desenvolvimento”, resumiu.
Corrêa do Lago confirmou que houve intensa investida de países europeus, dos Estados Unidos e do Japão, por exemplo, por essa revisão dos aportes globais em ações focadas nos países de baixa renda, mas indicou que isso não deve prosperar.
“Acho que a ficha (dos desenvolvidos) está caindo. Acho que é possível um consenso em Baku”, disse.
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