Hamas liberta primeiros reféns após negociação entre EUA e Catar; duas americanas já estão em Israel

Saúde de Judith Raanan contribuiu para libertação dela e da filha Natalie, as primeiras desde que o grupo terrorista matou mais de 1,4 mil pessoas, dentre elas mulheres, idosos e crianças, e sequestrou 199 no dia 7

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Foto do author Daniel Gateno
Atualização:

O grupo terrorista Hamas afirmou que libertou duas reféns que tem a cidadania americana e israelense na Faixa de Gaza por “questões humanitárias” nesta sexta-feira, 20. O gabinete do primeiro-ministro israelense confirmou que Judith Raanan, de 59 anos, e sua filha Natalie, de 17 anos, foram liberadas pelo grupo terrorista e estão em uma base militar em Israel, junto de familiares.

Judith e Natalie Raanan foram entregues à Cruz Vermelha Internacional e cruzaram a fronteira do enclave palestino com o Egito, de onde foram levadas para Israel.

“As Forças de Defesa de Israel e todo o sistema de segurança continuará operando e fazendo todos os esforços para localizar desaparecidos e devolver todos os reféns para casa”, afirma o comunicado.

Judith Raanan e Natalie Raanan foram liberadas pelo grupo terrorista Hamas e estão no Egito  Foto: Família Raanan/ AP

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Judith Raanan e Natalie Raanan moram em Evanston, no Estado americano de Illinois, e vieram a Israel em outubro para comemorar o aniversário de um familiar e celebrar um feriado religioso. A família Raanan estava hospedada no Kibutz Nahal Oz, um quilómetro e meio da fronteira com a Faixa de Gaza. Judith Raanan passou sua infância em Israel antes de se estabelecer nos Estados Unidos.

De acordo com o New York Times, a liberação das reféns ocorreu após uma negociação entre os EUA e o grupo terrorista Hamas, mediada pelo Catar.

Segundo a mídia israelense, não houve nenhuma negociação entre o grupo terrorista Hamas e Israel para que as reféns fossem liberadas. De acordo com a CNN americana, as reféns foram liberadas devido ao estado de saúde da mãe, que estava se deteriorando.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta sexta-feira que os Washington trabalhou junto com o governo do Catar para garantir a libertação das americanas. Ele disse que as reféns “terão todo o apoio do governo dos Estados Unidos enquanto se recuperam e se curam, e todos devemos respeitar sua privacidade neste momento”.

Sharon Lifschitz e Noam Sagi protestam em uma coletiva de imprensa em Londres, Reino Unido, que reuniu famílias britânicas que tem parentes sequestrados pelo grupo terrorista Hamas  Foto: Kirsty Wigglesworth / AP

Reféns

O Exército israelense afirmou nesta sexta-feira em um comunicado divulgado nesta sexta-feira, 20, que “a maioria dos reféns” sequestrados pelo grupo terrorista Hamas no ataque de 7 de outubro “está viva”.

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“Dos aproximadamente 200 reféns que se encontram atualmente detidos na Faixa de Gaza, mais de 20 são menores de idade, entre 10 a 20 têm mais de 60 anos, e a maioria deles está viva”, afirmaram os militares na nota. Segundo a mesma fonte, o grupo terrorista Hamas também levou corpos para a Faixa de Gaza após o ataque.

No início desta semana, o grupo terrorista Hamas divulgou um pequeno vídeo de Mia Schem, 21, que foi sequestrada durante o ataque da organização terrorista Hamas a um festival de música. No vídeo, ela aparece com o braço enfaixado e diz que recebeu tratamento médico enquanto estava em cativeiro. Até agora, é o único vídeo que o grupo divulgou de qualquer um dos reféns.

“No momento estou em Gaza”, diz Schem no vídeo, que foi postado nos canais do Telegram afiliados ao Hamas. “Só peço que eu seja devolvida o mais rápido possível para minha família, para meus pais e para meus irmãos.”

Mais de 1.400 pessoas morreram em território israelense por ataques de terroristas do Hamas, a maioria civis baleados, queimados vivos ou mutilados, segundo as autoridades israelenses. As Forças de Defesa de Israel também apontaram que 1.500 terroristas do Hamas morreram no ataque.

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Já no enclave palestino, segundo o ministério da Saúde, que é controlado pelo grupo terrorista Hamas, 4.137 palestinos morreram desde o dia 7 de outubro, quando Israel passou a atacar posições da organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza.

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