Hamas afirma que vai libertar refém com cidadania americana e quatro corpos de sequestrados

O anúncio do grupo terrorista ocorre após negociações diretas entre os Estados Unidos e o Hamas

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Por Redação
Atualização:

JERUSALÉM - O grupo terrorista Hamas afirmou nesta sexta-feira, 14, que aceitou uma proposta dos mediadores para libertar um refém americano-israelense vivo e os corpos de quatro sequestrados que tem dupla nacionalidade. O anúncio ocorre em meio as negociações para a próxima etapa do cessar-fogo entre o grupo terrorista e Israel.

O Hamas não especificou quando libertaria o soldado israelense Edan Alexander e os corpos de quatro outros reféns. As famílias dos sequestrados também ainda não foram notificadas pelo governo israelense.

Alexander tinha 19 anos quando foi sequestrado de sua base na fronteira com Gaza, no sul de Israel, durante os ataques terroristas do Hamas, no dia 7 de outubro de 2023.

Yael Alexander, mãe do refém americano-israelense Edan Alexander, segura um cartaz com sua foto e seu nome durante uma manifestação pela volta dos sequestrados, em Tel-Aviv  Foto: Maya Alleruzzo/AP

Negociação

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Não ficou claro quais partes participaram da negociação do acordo. Os Estados Unidos, liderados pelo enviado para Oriente Médio do governo Trump, Steve Witkoff, têm pressionado por uma proposta que estenderia a primeira fase da trégua.

Após a declaração do Hamas, o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu se reuniu com os principais assessores em consultas de segurança, de acordo com uma autoridade israelense que não estava autorizada a falar oficialmente sobre o assunto.

A primeira fase do cessar-fogo terminou há duas semanas.

Na Praça dos Reféns, em Tel Aviv, no início da festa de Purim, em 13 de março de 2025, um homem em pé ao lado de retratos de reféns israelenses mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza desde os ataques de outubro de 2023 por terroristas do Hamas Foto: Jack Guez / AFP

Conversas diretas com o Hamas

O anúncio da libertação de Alexander ocorre após os Estados Unidos anunciarem na semana passada que eles se envolveram em “conversas e discussões contínuas” com autoridades do grupo terrorista Hamas, afastando-se de uma política americana de longa data de não se envolver diretamente com o grupo terrorista. O gabinete de Netanyahu ressaltou que não gostou de ver Washington negociando diretamente com o grupo que comanda a Faixa de Gaza.

Não ficou imediatamente claro se essas conversas estavam de alguma forma ligadas ao anúncio do Hamas. Em uma declaração separada, o oficial do Hamas Husam Badran apontou que o grupo terrorista está interessado em implementar totalmente o acordo de cessar-fogo em todas as suas fases, alertando que qualquer desvio israelense dos termos retornaria as negociações à estaca zero.

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O cessar-fogo interrompeu a guerra mais mortal e destrutiva já travada entre Israel e o Hamas. A primeira fase permitiu o retorno de 25 reféns israelenses vivos e os restos mortais de outros oito em troca da libertação de quase 2.000 prisioneiros palestinos.

Palestinos se preparam para pescar na Faixa de Gaza  Foto: Bashar Taleb/AFP

Após o acordo da primeira fase da trégua, as forças israelenses se retiraram para fora das zonas mais populosas de Gaza, milhares de palestinos deslocados retornaram ao norte do enclave pela primeira vez desde o início da guerra, e centenas de caminhões de ajuda entraram por dia.

Pressão

Israel tem pressionado o Hamas a libertar metade dos reféns restantes em troca de uma extensão da primeira fase do cessar-fogo e uma promessa de negociar uma trégua duradoura. Segundo informações do governo de Israel, 24 reféns estão vivos e o Hamas possui os corpos de outros 35.

Duas semanas atrás, Israel cortou todos os suprimentos para Gaza e seus mais de 2 milhões de pessoas. O grupo terrorista afirmou que, com o corte do apoio a Gaza, cerca de 80% da população perdeu o acesso a fontes de alimentos, com a distribuição de ajuda interrompida e os mercados ficando sem suprimentos, enquanto 90% não conseguem acessar água potável.

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O grupo terrorista Hamas aponta quer iniciar negociações sobre a segunda fase mais difícil do cessar-fogo, que incluiria a libertação dos reféns restantes de Gaza, a retirada das forças israelenses e uma paz duradoura./com AP