CAIRO-Um oficial do grupo terrorista Hamas afirmou nesta terça-feira, 18, que o grupo chegou a um acordo com Israel para libertar os corpos de quatro reféns israelenses mortos em Gaza na quinta-feira, 20, e seis sequestrados vivos no sábado, 22. Em troca, Tel-Aviv deve permitir a entrada de casas móveis e equipamentos de construção para que parte dos escombros sejam removidos na Faixa de Gaza.
Os seis são os últimos reféns vivos que serão libertados nesta fase do cessar-fogo. Hamas e Israel ainda não negociaram a segunda fase da trégua, na qual o grupo terrorista deve libertar dezenas de reféns que seguem no enclave palestino em troca de um cessar-fogo duradouro e de uma retirada israelense de Gaza.
Segundo um comunicado das famílias dos reféns, Israel informou que o Hamas deve libertar Omer Wenkert, Omer Shem Tov, Eliya Cohen, Tal Shoham, Avera Mengistu e Hisham al-Sayed no sábado. Mengistu e al-Sayed estão na Faixa de Gaza desde 2015, quando ambos cruzaram a fronteira para o enclave palestino.

Família Bibas
Khalil al-Hayya, um importante negociador do Hamas, afirmou que os corpos de Shiri Bibas e de seus dois filhos Ariel e Kfir seriam entregues a Israel na quinta-feira. O grupo terrorista havia apontado em novembro de 2023 que os três reféns foram mortos em um bombardeio israelense, mas a informação não foi confirmada por Israel. O pai das crianças e marido de Shiri Bibas, Yarden Bibas, foi libertado no início do mês.
Israel não confirmou as suas mortes e o gabinete do primeiro-ministro instou o público a não distribuir “fotos, nomes e rumores”.
Kfir, que tinha 9 meses na época, foi o refém mais jovem feito no ataque terrorista do Hamas, no dia 7 de outubro de 2023, que deixou 1,2 mil mortos no sul de Israel. Um vídeo do sequestro mostrou Shiri envolvendo seus meninos ruivos em um cobertor e sendo levada por terroristas do Hamas.
Após os ataques do Hamas, Israel iniciou uma ofensiva na Faixa de Gaza que já deixou mais de 48 mil mortos, segundo dados do ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas e não diferencia civis de terroristas.

Negociação
Uma autoridade israelense, que conversou sob condição de anonimato com a Associated Press (AP), disse que o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu concordou em permitir a entrada de casas móveis e equipamentos de construção em Gaza como parte dos esforços para acelerar a libertação dos reféns.
Na semana passada, o Hamas ameaçou suspender as libertações, citando a recusa em permitir a entrada de casas móveis e ajuda humanitária, mas os negociadores de Catar e Egito conseguiram reverter a situação.
Espera-se que Israel continue libertando centenas de prisioneiros palestinos, muitos deles cumprindo penas de prisão perpétua por ataques terroristas, em troca dos reféns. Durante a primeira fase, Israel também deverá libertar todas as mulheres e crianças detidas em Gaza desde o início da guerra.
Saiba mais
Fase do acordo
Na fase atual do acordo, o grupo terrorista concordou em libertar 33 reféns israelenses, sendo que oito estão mortos. Se as próximas liberações ocorrerem conforme planejado, quatro corpos permanecerão e deverão ser devolvidos na próxima semana. Na semana passada, Israel confirmou a morte de Shlomo Mansour, refém de 86 anos que está na lista da primeira fase.
Após o fim da primeira parte da trégua, 63 reféns devem seguir na Faixa de Gaza, sendo que cerca de metade estão mortos. O cessar-fogo termina no início de março e existem temores de que os combates sejam retomados. As negociações para a segunda fase deveriam começar no início deste mês./com AP