CAIRO-O grupo terrorista Hamas afirmou nesta quinta-feira, 13, que irá libertar mais um grupo de reféns israelenses no próximo sábado, 15, após um impasse que chegou a ameaçar o acordo de cessar-fogo com Israel. O governo israelense, que chegou a mobilizar reservistas nos últimos dias, ainda não se pronunciou sobre a promessa do Hamas.
O Hamas disse que os mediadores de Catar e Egito garantiram que irão trabalhar para “remover os obstáculos” do acordo de trégua. O grupo terrorista havia afirmado na segunda-feira, 10, que não iria libertar mais reféns israelenses até que os negociadores conseguissem acertar as lacunas do cessar-fogo.
Segundo o Hamas, Israel falhou em suas obrigações ao não permitir a entrada de tendas e abrigos na Faixa de Gaza. Tel-Aviv negou que tivesse descumprido o acordo e disse que voltaria a lutar na Faixa de Gaza caso os reféns não fossem libertados no sábado.

O presidente os Estados Unidos, Donald Trump, também ameaçou o Hamas durante a semana e chegou a pedir que todos os sequestrados fossem libertados no sábado, um pedido que dificilmente será cumprido pelo Hamas.
O canal de televisão Qahera TV, ligado as forças de segurança do Egito, reportou que Cairo e Doha haviam conseguido convencer o Hamas a continuar no acordo. Os dois países servem como ponte para as comunicações com o Hamas, enquanto os Estados Unidos mediam a situação com Israel.

Primeira fase do acordo
A negociação com o Hamas mantem o acordo de cessar-fogo vivo. Nas últimas semanas, diversas acusações das duas partes ameaçaram prejudicar a trégua, mas os mediadores conseguiram aparar as arestas.
Nesta fase do acordo, o grupo terrorista se comprometeu a libertar 33 reféns capturados nos ataques terroristas de 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, em troca de 2 mil prisioneiros palestinos. Cinco trocas foram realizadas até agora, com a libertação de 21 reféns e 730 prisioneiros palestinos.
As duas partes concordaram em iniciar as negociações para uma segunda parte da trégua, mas a situação segue incerta. Caso um acordo seja alcançado para a próxima etapa, o Hamas libertaria o restante dos sequestrados vivos, principalmente soldados homens, em troca de mais prisioneiros e da “retirada completa” das forças israelenses de Gaza. O grupo terrorista ressaltou que não libertaria os reféns restantes sem o fim da guerra e uma retirada israelense completa de Gaza, enquanto o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu prometeu só encerrar a guerra após destruir as capacidades militares do Hamas.
Em uma eventual terceira fase, os corpos dos reféns restantes seriam devolvidos em troca de um plano de reconstrução de três a cinco anos que seria executado em Gaza sob supervisão internacional./com AP