Hamas dispara foguetes contra Tel Aviv, e Israel diz ter matado chefe de segurança interna do grupo

Exército israelense informou que um míssil foi interceptado e outros dois caíram em áreas despovoadas

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Por Redação
Atualização:

JERUSALÉM - O grupo terrorista Hamas afirmou que lançou foguetes contra Tel-Aviv nesta quinta-feira, 20, em resposta aos civis palestinos mortos após a retomada dos ataques de Israel na Faixa de Gaza esta semana. O Exército israelense informou que interceptou pelo menos um dos mísseis e que outros dois caíram em áreas despovoadas. As Forças de Defesa de Israel (FDI) também anunciaram que o chefe da agência de segurança interna do Hamas, Rashid Jahjun, morreu em um bombardeio em Gaza.

Esta semana, Israel realizou a onda mais mortal de bombardeios desde o cessar-fogo de janeiro e matou mais de 500 palestinos em três dias, incluindo 200 crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas e não diferencia civis de terroristas.

Imagem de 23 de outubro de 2024 mostra sistema antimíssil Domo de Ferro interceptando mísseis lançados contra Tel-Aviv. Hamas retomou lançamento de mísseis após novas ações de Israel na Faixa de Gaza Foto: Nathan Howard/AP

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A nova ofensiva israelense se seguiu a semanas de proibição de entrada de ajuda humanitária no enclave, que vivia uma relativa calma desde a trégua de 19 de janeiro, após 1 ano e meio de guerra que destruíram casas, escolas, hospitais e a infraestrutura de Gaza.

No Hospital Indonésio, no norte de Gaza, grupos de famílias lamentavam a morte de seus parentes e seguravam seus mortos envoltos em mortalhas manchadas de sangue. “Queremos um cessar-fogo”, disse Mohamed Hussein à AFP TV.

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Além da morte de Jahjun, Tel-Aviv informou que outros oito oficiais do Hamas foram mortos em bombardeios nos últimos dois dias. O Exército também emitiu a proibição de circular na principal estrada que leva do norte ao sul de Gaza e indicou em uma nota que iniciou “operações terrestres direcionadas no centro e sul da Faixa de Gaza para expandir o perímetro de segurança”, conhecido como Corredor Netzarim.

O chefe da Agência da ONU para Refugiados da Palestina (UNRWA), Philippe Lazzarini, criticou nesta quinta o fato de a população palestina sofrer uma série de “provações desumanas” sem fim desde que Israel retomou sua ofensiva.

O Escritório das Nações Unidas para Serviços de Projetos (Unops) anunciou, na quarta-feira, que um de seus funcionários morreu e outros cinco ficaram feridos em Deir al-Balah por um “dispositivo explosivo” que atingiu um de seus edifícios.

O Ministério da Saúde do governo do Hamas culpou Israel, enquanto o Exército negou inicialmente ter bombardeado o prédio da ONU. O Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciou que estava investigando “as circunstâncias” da morte “de um cidadão búlgaro, funcionário da ONU”.

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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu uma “investigação completa” sobre o incidente.

Coordenação

Os ataques em Gaza, realizados em “total coordenação” com os Estados Unidos, segundo Israel, provocaram indignação nos países árabes, no Irã e na Europa.

Em Israel, a pressão sobre o primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, por parte das famílias dos reféns mantidos em cativeiro em Gaza, cresceu após os novos bombardeios. Das 251 pessoas sequestradas durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, 58 permanecem em Gaza, 34 das quais foram declaradas mortas pelo exército.

Palestinos se retiram de Beit Hanoun, na Faixa de Gaza, após avisos do Exército israelense  Foto: Jehad Alshrafi/AP

A primeira fase da trégua, que expirou em 1º de março, permitiu o retorno a Israel de 33 reféns, 8 deles mortos, e a libertação de cerca de 1,8 mil detidos palestinos. Desde então, as negociações para as próximas fases da trégua mediadas por Catar, Estados Unidos e Egito estagnaram.

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O Hamas afirma que quer passar para a segunda etapa do acordo, que prevê um cessar-fogo permanente, a retirada israelense de Gaza, a reabertura de passagens de fronteira para ajuda humanitária e a libertação dos reféns restantes.

No entanto, Israel quer que a primeira fase dure até meados de abril e, para passar à segunda, exige a “desmilitarização” de Gaza e a retirada do Hamas, que governa o território desde 2007.

O ataque do Hamas em 7 de outubro deixou 1.218 mortos do lado israelense, que lançou uma ofensiva de retaliação que resultou em pelo menos 49.617 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU. /AFP

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