Hamas diz que não negociará mais a libertação de reféns com Israel até que a guerra termine

Após uma semana de trégua, negociações terminaram após a falta de consenso sobre a lista de pessoas que seriam soltas por grupo terrorista

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Por Redação

Após uma semana de trégua entre Israel e Hamas, que permitiu a troca de dezenas de reféns nas mãos dos terroristas por prisioneiros palestinos em Israel, o grupo declarou que não haverá mais trocas até que a guerra na Faixa de Gaza termine.

“A nossa posição oficial é que não haverá mais troca de prisioneiros até que a guerra termine”, disse o vice-chefe político do grupo, Saleh al-Arouri, à TV Al Jazeera, na sexta-feira, 1º. “Os prisioneiros israelenses não serão libertados até que os nossos prisioneiros (palestinos) sejam libertados e depois de um cessar-fogo entrar em vigor.”

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O vice-chefe político do grupo terrorista, porém, contradisse outro alto funcionário do Hamas, Osama Hamdan, que disse à Associated Press na sexta-feira que o grupo estava disposto a negociar mais reféns, mas rejeitou uma exigência israelense de libertar dez soldados mulheres.

Israel não dá sinais de disposição para um cessar-fogo definitivo. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu afirmou que o país continuará a guerra “até alcançar todos os seus objetivos”, que incluem a libertação dos reféns e a eliminação do grupo terrorista no poder em Gaza desde 2007.

Israel promete “aniquilar” o Hamas, um objetivo que gera preocupação até mesmo entre seus aliados, devido à exposição aos ataques dos 2,4 milhões de habitantes do território de 362 quilômetros quadrados.

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“Nossos soldados se prepararam durante os dias de trégua para uma vitória total contra o Hamas”, declarou Netanyahu na sua primeira coletiva de imprensa desde a retomada dos combates na manhã de sexta-feira.

Fim da trégua

Na quinta-feira, 30, os dois lados tentaram negociar uma nova prorrogação da trégua até o início da noite, mas fracassaram e, desde então, se acusam mutuamente. Ambos reconhecem que, entre outras questões, não entraram em acordo sobre a lista de reféns. Israel ainda acusou o Hamas de tentar atacá-lo com foguetes durante a trégua.

“Infelizmente, o Hamas decidiu pôr fim à trégua ao não liberar todas as mulheres sequestradas”, afirmou o porta-voz do governo israelense, Eylon Levy. Ainda há cerca de 20 adultas retidas, entre elas cinco militares que não estavam no acordo de liberação de reféns, segundo Israel. Entretanto, Arouri declarou à Al Jazeera que todos os reféns restantes são homens, “todos os quais serviram no exército (israelense)”.

Refém israelense libertado reunindo-se com sua família em Israel na quinta-feira, 30, após quase dois meses em cativeiro do Hamas. Foto: GPO via AP

O Hamas diz que propôs “uma troca de prisioneiros e idosos” e a entrega dos corpos de reféns “que perderam a vida nos bombardeios” israelenses em Gaza, mas que Israel, “que já havia decidido retomar a agressão, não respondeu”.

A semana de trégua permitiu a troca de dezenas de reféns nas mãos do Hamas por prisioneiros palestinos em Israel e facilitou a entrada de ajuda na Faixa de Gaza. Das 240 pessoas capturadas e levadas para Gaza, 137 permanecem no enclave e 110 (entre israelenses e estrangeiros) foram liberadas, segundo o governo israelense./AFP.

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