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Hamas estuda uma contraproposta de Israel para trégua em Gaza

Em comunicações anteriores, Hamas exigiu “um cessar-fogo permanente”, o que é negado por Israel, que propôs um cessar-fogo de várias semanas

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Por Redação

O movimento terrorista palestino Hamas se comprometeu neste sábado, 27, a estudar uma contraproposta de Israel para estabelecer uma trégua na Faixa de Gaza e liberar os reféns, após mais de meio ano de guerra.

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As declarações da alta liderança do Hamas coincidem com a viagem de uma delegação egípcia a Israel com o objetivo de reativar as estagnadas negociações para uma trégua, em um momento em que a comunidade internacional teme que o exército israelense lance uma invasão em Rafah.

“Hoje, o Hamas recebeu a resposta oficial da ocupação sionista à nossa posição que foi enviada aos mediadores egípcios e catarianos em 13 de abril”, declarou o número dois do braço político do movimento em Gaza, Khalil al Hayya. “O movimento estudará esta proposta e enviará sua resposta assim que seu estudo estiver concluído”, acrescentou.

Palestinos buscam por corpos e sobreviventes entre os escombros de uma casa destruída após um ataque aéreo israelense no campo de refugiados de Al Nusairat, no sul da Faixa de Gaza, em 27 de abril de 2024 Foto: Mohammed Saber/EFE

O conflito entre Israel e o Hamas, que começou em 7 de outubro, devastou Gaza e neste sábado pelo menos três bombardeios atingiram Rafah, no extremo sul da Faixa, na fronteira com o Egito, relatou um correspondente da AFP. Em Rafah, 1,5 milhão de pessoas sobrevivem amontoadas, a maioria deslocados, e é o principal ponto de acesso à ajuda humanitária.

Apesar disso, Israel anunciou seus planos de invadir esta localidade, alegando que é o último bastião do Hamas e que o grupo tem quatro batalhões no local.

Negociação

Os detalhes desta contraproposta não são conhecidos, mas a imprensa israelense relatou esta semana que inclui a possível libertação de 20 reféns considerados “casos humanitários”.

Na comunicação anterior entre o Hamas e Israel através dos mediadores, em 13 de abril, o movimento terrorista reafirmou suas “exigências”, especialmente a necessidade de “um cessar-fogo permanente”. O Hamas também exige a retirada das tropas israelenses “de toda a Faixa de Gaza”, “o retorno dos deslocados” e o aumento da ajuda humanitária.

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Mas Israel não quer retirar seus soldados de toda a Faixa, se opõe a um cessar-fogo permanente e propõe uma pausa de várias semanas nos combates.

Na sexta-feira, uma delegação egípcia chegou a Israel para discutir um “quadro geral para um cessar-fogo” em Gaza, informou o meio Al Qahera News, próximo aos serviços de inteligência do país árabe, que cita um alto funcionário.

“Estamos cansados”

Após o ataque do Hamas em 7 de outubro, Israel prometeu aniquilar o Hamas, considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

Os terroristas do Hamas entraram naquele dia no sul de Israel e mataram 1.170 pessoas, principalmente civis, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais. Também sequestraram cerca de 250 pessoas, cem das quais foram libertadas em uma trégua em novembro. Israel estima que 129 permanecem cativas e que 34 delas morreram desde então.

Do lado de Israel, a ofensiva na Faixa de Gaza deixou 34.388 mortos, a grande maioria civis, segundo as autoridades de saúde do território palestino controlado pelo Hamas. Em Khan Yunis, uma cidade do sul de Gaza devastada pelos combates em fevereiro, alguns habitantes retornaram. “Estamos cansados”, afirmou Abdelqader Mohamed Qwaider. “Insistimos em voltar e vamos nos instalar em uma barraca sobre os escombros de nossa casa”.

Tiros na fronteira libanesa

A guerra em Gaza aumentou os confrontos na fronteira entre Israel e Líbano, com disparos de artilharia quase diários entre o exército israelense e o movimento islâmico pró-iraniano Hezbollah, aliado do Hamas.

O exército anunciou na sexta-feira que um civil israelense que trabalhava em uma obra morreu perto da fronteira por mísseis disparados do Líbano.

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A guerra também provocou um desastre humanitário na Faixa de Gaza, um território com 2,4 milhões de habitantes, sujeito a um bloqueio israelense rigoroso e ameaçado pela fome, segundo a ONU.

Diante das dificuldades de transportar ajuda internacional por estrada desde o Egito devido aos rígidos controles de Israel, os Estados Unidos começaram a construir um porto temporário e um cais em frente à costa do Mediterrâneo de Gaza, onde os navios militares ou civis poderão descarregar suas cargas./AFP

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