Harry e Andrew terão papel discreto na coroação do rei Charles III; entenda

Os dois membros mais polêmicos da família real não terão nenhum papel oficial durante a cerimônia

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Por William Both e Karla Adam
Atualização:

O Palácio de Buckingham confirmou que o príncipe Harry e o príncipe Andrew participarão da coroação do rei Charles III e da rainha Camilla, mas não desempenharão nenhum papel real na cerimônia. Os enteados de Charles terão mais deveres a cumprir do que seu filho afastado e seu irmão envolvido em escândalos.

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Harry e Andrew estarão na Abadia de Westminster, local de todas as coroações desde 1066, como membros da família real britânica. Eles não irão dar pronunciamentos oficiais e devem aparecer apenas brevemente nas câmaras da BBC, mas a presença será sentida.

De maneiras diferentes e por motivos muito diferentes, Harry e Andrew são os rostos mais presentes da família real nos tabloides ingleses. Entre as muitas coisas que Charles herdou da mãe, uma delas é a responsabilidade de lidar com eles.

Imagem mostra o príncipe Harry (centro) ao lado do irmão e herdeiro ao trono, príncipe William (mais à esq.), durante cerimônia de funeral da rainha Elizabeth II em 14 de setembro de 2022 Foto: Andrew Testa/NYT

Quando Andrew, irmão de Charles, foi acusado por uma mulher de a ter assediado, a rainha Elizabeth II retirou os títulos reais e suas finanças, ao mesmo tempo que contribuía silenciosamente para um acordo na justiça. Quando o príncipe Harry e a esposa, Meghan, disseram que queriam se afastar dos deveres reais, a monarca rejeitou o acordo que propuseram, negou que ficassem com a marca Sussex Royal e desejou aos dois “uma vida nova feliz e pacífica”.

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Agora, as decisões sobre Andrew e Harry relacionadas à fortuna da família, acesso a residências reais e seus títulos estão a cargo do rei.

Segundo um porta-voz da família, Harry e Meghan foram convidados em março a entregar a Frogmore Cottage, a residência do casal quando estão no Reino Unido. A mídia britânica também noticiou que o rei Charles pressiona Andrew a sair da Royal Lodge, uma residência maior e também em Windsor. O público está atento sobre as ações possíveis do monarca.

No sábado, o representante oficial dos parentes do rei na coroação será o popular e herdeiro príncipe William. Ele irá se ajoelhas aos pés do pai para jurar lealdade a ele, “como seu seguidor leal de corpo e alma”.

Uma tradicional homenagem dos duques reais – que incluiria Harry, duque de Sussex, e Andrew, duque de York – foi descartada. “Evitam que Harry e Andrew estejam neste lugar e encurta a cerimônia”, disse Craig Prescott, acadêmico e autor de um livro a ser lançado sobre a monarquia atual.

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O príncipe George, de 9 anos, filho mais velho de William, carregará as vestes do rei e outros três netos – Gus, Louis Lopes e Freddy Parker Bowles, todos de 13 anos – ajudarão Camilla. A irmã do rei, princesa Anne, ocupará um lugar destacado durante a procissão da coroação, montada no seu cavalo logo atrás da carruagem onde estará o rei. Essa posição é chamada de “Gold-Stick-in-Waiting” e remete a uma pessoa de confiança que protege o monarca.

Harry e Andrew provavelmente não vestirão sequer a farda real, mesmo tendo participado de missões de guerra no Afeganistão e na Guerra das Malvinas, respectivamente. Eles também não devem participar da procissão, anunciada como a maior procissão desde 1953, e devem ir da Abadia de Westminster para o Palácio de Buckingham após a cerimônia de carro, discretamente.

Ainda não se sabe se Harry aparecerá ao lado dos parentes na varanda do palácio para saudar a multidão enquanto aviões militares desfilam. Ele e Meghan não foram convidados no ano passado para o Jubileu de Platina da rainha, por não serem mais considerados membros seniores da realeza. Desta vez, Meghan não estará em Londres.

A ausência mais evidente na coroação de Elizabeth II em 1953 foi do seu tio, Edward VIII, que abdicou do trono anos antes e não foi convidado.

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Príncipe Andrew durante o funeral da rainha Elizabeth II, em Londres, em imagem do dia 19 de setembro Foto: Hannah Mckay/AP

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Para o biógrafo real, Robert Lacey, a pequena participação de Harry e a ausência de Meghan não causam problemas. O foco permanecerá no rei, na rainha e na coroação, com menos “oportunidades de constrangimento”, disse.

Harry esteve recentemente em Londres como parte de um processo judicial contra os tabloides. Mas a coroação será a primeira vez que ele verá sua família desde o funeral da rainha Elizabeth II, em setembro. Essa ocasião solene foi seguida em breve pelo documentário autoproduzido por ele e a esposa na Netflix, lançado em dezembro do ano passado, e pelo livro de memórias escrito pelo príncipe, “Spare”, em janeiro. Ambos atacaram a realeza.

Com o documentário e o livro, Harry causou mais danos à própria reputação do que da família real, apesar dos lucros obtidos com as vendas. Na última pesquisa YouGov, 64% dos entrevistados no Reino Unido disseram ter uma visão negativa de Harry. Ele e Meghan estão logo acima de Andrew como os membros menos populares da realeza.

As pesquisas, no entanto, mostram claras divisões demográficas em relação a Harry e Meghan (que são mais populares nos Estados Unidos do que no Reino Unido). Os britânicos mais jovens apoiam mais o casal. O mesmo acontece com os britânicos negros, que veem as acusações de racismo na casa real como verossímeis.

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