HAVANA - O governo cubano exigiu nesta sexta-feira, 4, que os Estados Unidos interrompam suas ações "ilegais e secretas" contra Cuba, em uma reação oficial ao caso da rede social para telefones celulares, o"Twitter cubano", promovido no país caribenho pela Agência para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, sigla em inglês) dos americanos.
"Essa é mais uma demonstração que o governo dos Estados Unidos não abdicou de seus planos subversivos contra Cuba, que têm como propósito criar situações de desestabilização para provocar mudanças em nosso ordenamento político e para os quais continuam dedicando orçamentos multimilionários a cada ano", denunciou o governo cubano por meio de um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
Cuba pediu na nota que os EUA respeitem o Direito Internacional, assim como os princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas. O comunicado está assinado por Josefina Vidal, diretora geral de Assuntos Americanos da Chancelaria cubana. Havana exige ainda que Washington interrompa suas ações ilegais e secretas contra Cuba, que são rechaçadas pelo povo cubano e pela opinião pública internacional.
Os EUA confirmaram ontem que lançaram uma rede social em Cuba em 2010, que esteve em funcionamento por dois anos com o objetivo de aumentar o acesso dos cubanos à informação.
A explicação de Washington aconteceu depois que uma agência de notícias americana revelou a existência desse projeto supostamente clandestino e denominado "ZunZuneo", cujo objetivo era criar uma espécie de "Twitter cubano", uma rede social de mensagens através de telefones celulares para fomentar a dissidência entre os jovens do país caribenho.
Marie Harf, porta-voz adjunta do Departamento de Estado dos EUA, negou que se tratasse de um programa secreto e garantiu que o mesmo foi desenvolvido de maneira discreta em razão do ambiente hostil em relação aos Estados Unidos em Cuba.
"Acreditamos que os cubanos necessitam de plataformas para se expressar e decidir como querem que seja seu futuro", afirmou Harf em entrevista coletiva em Washington. / EFE
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