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Ex-presidente do Chile Sebastián Piñera morre em acidente de helicóptero

Governo de Gabriel Boric lamentou a morte e declarou luto oficial de três no país

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Por Redação
Atualização:

O ex-presidente do Chile Sebastián Piñera, 74 anos, morreu na tarde desta terça-feira, 6, depois que o helicóptero em que ele estava caiu no Lago Ranco, na região de Los Ríos. As outras três pessoas que estavam a bordo sobreviveram ao acidente. O atual presidente Gabriel Boric lamentou a morte e decretou três dias de luto oficial no país.

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O ex-presidente estava de férias na região e tinha ido almoçar na casa de um amigo, o empresário José Cox. Chovia no momento em que o helicóptero caiu, 920 km ao sul da capital Santiago. A aeronave ficou submersa a 40 metros de profundidade.

“Com profundo pesar, comunicamos a morte do ex-presidente da República do Chile Sebastián Piñera”, confirmou o seu escritório em nota. “O ex-mandatário sofreu um acidente aéreo na região de Los Ríos. Agradecemos as demonstrações de carinho e preocupação que recebemos nestas horas amargas”, seguiu o texto.

O atual presidente Gabriel Boric visitava as operações de busca após os incêndios que deixaram ao menos 131 mortos no Chile e, segundo informações da imprensa local, voltou ao Palácio de La Moneda ao ser informado sobre o acidente. “Piñera foi um democrata de primeira hora e buscou genuinamente o que acreditava ser melhor para o país”, disse Boric ao expressar suas condolências a família e decretar luto oficial de três dias no Chile.

Um pouco mais cedo, a ministra do Interior, Carolina Tohá, também lamentou a morte de Piñera em um rápido pronunciamento no Palácio de La Moneda. “Queremos em primeiro lugar expressar nossa comoção por essa tragédia e fazer chegar o nosso abraço solidário a família do ex-presidente, a todas as pessoas próximas, mas também a todas as chilenas e chilenos”, disse.

“Sebastián Piñera foi presidente do Chile, um presidente democrático em duas oportunidades e terá todas as honras e reconhecimento republicano que merece. Piñera nos governou e nos lembraremos pela forma que dedicou sua vida ao serviço público. O presidente Boric determinou que se realize um funeral de Estado e que se declare luto nacional”, acrescentou.

Ex-presidente do Chile, Sebastián Piñera Foto: Edgard Garrido/REUTERS

Comoção pela morte de Piñera

A notícia comoveu o Chile e foi lamentada por partidos e políticos em diferentes posições no espectro político.

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A ex-presidente Michelle Bachelet, que antecedeu Sebastián Piñera nas duas vezes em que ele foi presidente, expressou suas em nota. “Sempre valorizei o compromisso do ex-presidente Piñera com nossa país e com a democracia, bem como seu trabalho incansável e seus serviços pela nação. Que descanse em paz”, disse.

“Em sua vida, esteve dedicado ao serviço público, demonstrando compromisso com o bem-estar do Chile e seu povo”, destacou o partido pelo qual Piñera foi presidente, o Renovação Nacional. “Foi um líder que buscou constantemente unir o país, transcendendo as diferenças políticas para trabalhar pelo bem comum”, acrescentou a nota.

A morte também foi lamentada por líderes da América Latina, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-presidentes Jair Bolsonaro e Michel Temer.

Em nota, o governo brasileiro disse que recebeu com profunda consternação a notícia da morte de Sebastián Piñera e destacou que ele foi um amigo do Brasil nos seus dois mantados como presidente.

Trajetória de Piñera

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Duas vezes presidente do Chile, Piñera era líder da direita chilena e empresário, sendo acionista de grandes companhias no país. Seus mandatos presidenciais foram marcados por grandes protestos sociais, um terremoto devastador e pela pandemia de covid-19. Mas também por momentos de forte crescimento econômico.

Piñera foi presidente do Chile pela primeira vez de 2010 a 2014. Em seu primeiro mandato enfrentou a reconstrução após o desastroso terremoto de magnitude 8,8 que atingiu o Chile menos de duas semanas antes de sua posse e que deixou mais de 700 mortos. No dia em que assumiu, em 11 de março, foram registrados dois fortes tremores secundários.

Impedido de buscar um mandato consecutivo, ele deixou o cargo em 2014, sendo sucedido por Michele Bachelet. Em 2018, voltou ao Palácio de La Moneda para o segundo mandato, que se seguiu até 2022, quando passou a presidência para o jovem líder de esquerda Gabriel Boric.

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No segundo mandato, em 2019, enfrentou a onda de manifestações que acendeu o debate sobre a Constituição herdada de Pinochet, processo que ainda não está encerrado. Na reta final do último governo, em 2021, sofreu um impeachment na Câmara, acusado de ligação com a venda da mineradora Dominga, nas Ilhas Virgens, um paraíso fiscal, revelada no escândalo Pandora Papers. Posteriormente, o Senado rejeitou o processo.

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