Cientistas lançaram novo alerta: é preciso reduzir as emissões de gases poluentes nos próximos dez anos para evitar os cenários mais dramáticos ligados às mudanças climáticas. Consideram agora crítico um aquecimento de mero 1,5 ºC na temperatura global, não mais de 2ºC.
As apostas energéticas dos Estados Unidos, segundo maior poluidor do planeta atrás da China, dão razão para duvidar que seja viável. O governo Donald Trump abandonou o Acordo de Paris, mantém subsídios à indústria do carvão no Meio Oeste e não vê saída para a economia crescer sem combustíveis fósseis.
Não é para menos. As reservas energéticas de petróleo e gás natural na costa americana são estimadas em 146,4 bilhões de barris, o suficiente para atender 60% das necessidades até 2040 (o pré-sal brasileiro tem 176 bilhões de barris). Apenas a exploração da Costa Atlântica, diz o Instituto Americano do Petróleo, geraria 265 mil empregos e atrairia US$ 22 bilhões em investimentos privados. Os Estados Unidos acabam de ultrapassar a Rússia como maior produtor mundial de petróleo. A Agência Internacional de Energia prevê que 80% do crescimento global de produção nos próximos sete anos virá de óleo americano, ainda explorado sobretudo em solo.
- Ghosn fechará fábrica da Nissan na Inglaterra?
Cabe ao executivo brasileiro-libanês Carlos Ghosn decidir o que fazer com a fábrica de Sunderland, no nordeste inglês, fundada em 1986, sob os auspícios de Margaret Thatcher, como base europeia da Nissan. Ela produz 519 mil carros por ano, 55% para exportação. Em 2017, faturou £ 6,4 bilhões (R$ 31,8 bilhões), empregou 7.755 funcionários e pagou £ 427 milhões (R$ 2 bilhões) em salários.
Se vingar o Brexit “hard” - sem acordo -, não haverá como garantir o fluxo de autopeças (85% são importadas). O custo anual subiria £ 500 milhões (R$ 2,4 bilhões) com novas tarifas. “Nenhuma empresa pode manter sua atividade se não for competitiva”, diz Ghosn. No cenário “hard”, o governo britânico estima em 16% o declínio econômico da região, onde o Brexit obteve o maior apoio.
- Facebook gerou crise da democracia, diz livro
Em Antisocial Media (Mídia antissocial), lançado no primeiro semestre, Siva Vaidhyanathan, da Universidade da Virgínia, aponta o Facebook como responsável pela atual crise da democracia. Ao fundir política e entretenimento, diz ele, a rede social se tornou uma “máquina de prazer” que reforça intolerância e tribalismo, prevista em 1985 pelo britânico Neil Postman, mentor de Vaidhyanathan.
Para Postman, o maior risco à democracia não era o totalitarismo de George Orwell em 1984, mas a distopia de Aldous Huxley em Admirável Mundo Novo: “Orwell temia aqueles que proibiriam os livros. Huxley temia que não haveria motivo para proibir um livro, pois não haveria ninguém que quisesse lê-los. Orwell temia que a verdade fosse escondida. Huxley, que fosse afogada na irrelevância”.
- Inteligência artificial contra fake news
Um sistema ainda experimental de inteligência artificial, desenvolvido por cientistas do Instituto de Pesquisa em Computação do Catar, da Universidade de Sófia, na Bulgária, e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), obteve 65% de êxito na identificação de fake news em tempo real. Aperfeiçoado, permitiria conter o dano antes da verificação humana (e lenta) das agências de checagem. “Aí já é tarde demais”, diz um dos autores da pesquisa, Preslav Nakov.
- Exposição no refúgio do Grupo de Bloomsbury
Em seu primeiro romance, Crome Yellow (Amarelo Cromo), Huxley satirizava as pretensões intelectuais do Grupo de Bloomsbury, de que fez parte no início. A casa de campo que serviu de refúgio e base ao grupo, em Charleston, aberta ao público desde 1986, acaba de inaugurar sua primeira exposição, dedicada a Orlando, de Virginia Woolf.
A propriedade dos pintores Duncan Grant e Vanessa Bell, irmã de Virginia, era um espaço de liberdade artística, intelectual e sexual, frequentado por John Maynard Keynes, Lytton Stratchey, E.M. Forster e Roger Fry. Foi lá perto que Virginia se afogou em 1941.
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