Não há motivo para ficar assustado com os 8.871 documentos liberados pelo WikiLeaks sobre as técnicas da CIA para espionar iPhones, celulares Android, TVs Samsung e um sem-número de aparelhos. Foi, ao contrário, uma revelação tranquilizadora para o cidadão comum. Pelas ferramentas divulgadas, a CIA não consegue quebrar a criptografia de WhatsApp, Telegram ou Signal. “A existência dessas ferramentas demonstra a força da criptografia. É difícil ou impossível de quebrar, então a CIA recorreu a ataques caros, a alvos específicos”, escreve em seu blog o decano da segurança na internet, Steven Bellovin, hoje na Universidade Columbia. Como não dá para interceptar em bloco e decifrar todas as mensagens que trafegam pela rede, a CIA precisa invadir cada aparelho que quiser espionar. É proibitivo o custo de fazer isso em massa. Há, portanto, uma diferença substancial entre o programa da CIA e os da NSA expostos por Edward Snowden, em 2013. “Os vazamentos de Snowden expuseram a vigilância secreta em massa por texto e voz de milhões de cidadãos”, dizem os especialistas em segurança Tarah Wheeler e Sandy Clark. No caso da CIA, a bisbilhotagem fica restrita a poucos alvos, sobretudo espiões e terroristas. “A criptografia existe não para tornar a vigilância impossível, mas tão cara que não haverá recursos para monitorar todo mundo”, afirmam Wheeler e Clark. Se você não lida com segredos que interessam aos americanos, não é diplomata, político, espião nem terrorista, não precisa perder o sono.
… mas adora o iPhone de figurões
A CIA, afirmam Wheeler e Clark, está mais preocupada em invadir iPhones que celulares Android – seja porque o desafio técnico é maior, seja porque os principais alvos de espionagem preferem Apple. Donald Trump, que acusou sem provas Barack Obama de vigiá-lo, usa Android.
Bolha evanescente como um snap
A abertura de capital da Snap lembrou os tempos da bolha da internet. Animada com a desregulação e os cortes de impostos do governo Trump, Wall Street acumula alta de 13% desde a posse. Só em dois momentos históricos a discrepância entre o valor das ações e os lucros foi maior: 1929 e 1999. Vivemos uma nova bolha? Com o recuo na globalização e as altas esperadas nos juros, será uma bolha tão evanescente quanto um snap.
Obamacare? Trumpcare? Quem é que quer?
Republicanos insatisfeitos com a reforma da saúde de Trump a apelidaram de “Obamacare lite”. O Congresso não estimou o impacto no Orçamento. Para o cidadão, a previsão é pessimista. Com menos subsídios e o fim do seguro-saúde obrigatório, a conta anual subiria US$ 1.500 hoje – e US$ 2.400 em 2020. Em vez de atuais 26 milhões sem cobertura, haveria 43 milhões em 2026.
As barbas de Letterman e os cabelos de Trump
Aos 69 anos, 33 deles no comando do Tonight Show, o ex-apresentador David Letterman aparece com uma barba bíblica em entrevista à Vulture. Ele não perdeu o humor. Sobre aquele que chama de Trumpy e recebeu dezenas de vezes no programa, perguntou: “Elegemos um cara com aquele cabelo? Por que não investigamos isso?”
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