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O erro injustificável do 'New York Times'

É razoável afirmar que o caos impera na Casa Branca, que Trump seja errático ou inepto para a função; mas ele foi eleito

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Por Helio Gurovitz

Num momento em que Donald Trump promove uma guerra à imprensa profissional, o New York Times cometeu um erro injustificável, ao publicar o artigo anônimo em que um “alto funcionário” do governo se declara parte da “resistência interna” que tenta conter os desvarios de Trump.

Ao publicar o artigo, o "Times" fez o jogo do autor, interessado em proteger a própria reputação, mas incapaz de deixar o governo para denunciar Trump aos órgãos competentes Foto: Nicholas Kamm / AFP

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É razoável afirmar que o caos impera na Casa Branca, que Trump seja errático ou inepto para a função. Mas ele foi eleito. Não cabe a nenhum “alto funcionário” questionar suas decisões fora dos mecanismos e instituições democráticas, nem descumprir suas ordens. É um precedente perigoso de insubordinação. Ao publicar o artigo, o Times fez o jogo do autor, interessado em proteger a própria reputação, mas incapaz de deixar o governo para denunciar Trump aos órgãos competentes. 

Do ponto de vista jornalístico, o artigo não traz novidade em relação às revelações dos jornalistas Michael Wolff ou Bob Woodward (cujo livro sai neste mês). O diretor de redação, Dean Baquet, não foi informado pelo editor da página de opinião, James Bennet. Se tivesse, o certo seria ter publicado uma reportagem investigando até que ponto o governo é gerido por rebeldes. Mesmo com base em informantes anônimos, seria um artefato diferente do artigo, em que a visão do autor não é submetida a escrutínio.

O anonimato só se justificaria se a publicação pusesse vidas em risco. Neste caso, apenas alimenta as teorias conspiratórias de Trump sobre a imprensa, comprova a cumplicidade da página de opinião do Times com os interesses do autor e revela a covardia dele.

O retorno astronômico do capital de risco

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Apenas 6% dos negócios fechados por empresas de capital de risco, num total de 5% do valor investido, respondem por 60% do retorno financeiro. Metade perde dinheiro, diz um levantamento da investidora Andreesen Horowitz com os fundos do Vale do Silício entre 1985 e 2014. No período, o retorno bruto médio de um fundo de risco foi de 3,3 vezes o capital investido. Entre os negócios que multiplicaram o capital mais de dez vezes, a média foi um múltiplo astronômico de 43,3 vezes - ou 4.230% no período.

Investidor do Vale do Silício quer fechar praia

O investidor de risco Vinod Khosla, pioneiro do Vale do Silício e dono de uma fortuna de US$ 3 bilhões, pretende levar à Suprema Corte sua reivindicação do direito de fechar o acesso por terra à praia de Martin, na Califórnia, cujas 47 casas comprou em 2008. A lei californiana determina que a praia é pública, mas é vaga sobre o acesso. Khosla alega que seu direito à propriedade deve ter precedência.

Ex-estrategista de Trump está de olho na Bósnia

Na tentativa de criar sua “internacional nacionalista” contra a União Europeia (UE), o ex-estrategista-chefe de Trump Steve Bannon voltou atenções para as eleições na Bósnia, em 7 de outubro. Bannon apoia o partido do bósnio de origem sérvia Milorad Dodik, que luta pela separação entre as duas unidades do país impostas pelos Acordos de Dayton, desdenha a candidatura à UE e questiona o genocídio contra muçulmanos em Srebrenica, em 1995. Além de Bannon, Dodik conta com apoio da Rússia.

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Novo documentário simpático a Bannon

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Bannon é tema de American Dharma, novo documentário de Errol Morris, autor de Sob a Névoa da Guerra (2003), sobre Robert McNamara e a Guerra do Vietnã, e The Unknown Known (2013), sobre Donald Rumsfeld e a Guerra do Iraque. Morris apresenta um retrato simpático a Bannon. Sua versão para fatos incômodos, como a marcha neonazista em Charlottesville, não é desafiada.

A captura do nazista Adolf Eichmann nas telas

Em Operation Finale, sem previsão de estreia no Brasil, Chris Weitz dramatiza a captura de Adolf Eichmann pelo serviço secreto israelense, em 1960 na Argentina. No filme, Peter Malkin (Oscar Isaac), cuja irmã fora exterminada por nazistas, é o cérebro do interrogatório e do transporte de Eichmann (Ben Kingsley) até Jerusalém, onde foi julgado e executado. O jornalista Liel Liebovitz, que conheceu Malkin na infância, diz que ele teria aprovado o resultado.

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