Pela segunda vez neste ano, o resultado das eleições israelenses da próxima terça-feira poderá ser um impasse. Pelas pesquisas, nem o premiê Bibi Netanyahu, do Likud, nem seu rival Benny Gantz, do Azul e Branco, terão força política para garantir a maioria das 120 cadeiras no Knesset, o Parlamento israelense.
Tudo dependerá mais uma vez de Avigdor Lieberman, o ex-ministro da Defesa e ex-braço direito de Bibi, que impediu a formação de um governo depois das eleições de abril. A previsão é que o Israel Nossa Casa, de Lieberman, obtenha perto de 10 cadeiras (o dobro do resultado de abril) e se torne outra vez decisivo para qualquer coalizão.
Na média do jornal Haaretz, o bloco de Bibi somaria perto de 56 cadeiras: 32 do Likud, 14 dos dois partidos religiosos e 10 do Direita (da ex-ministra da Justiça Ayelet Shaked). O bloco de Gantz somaria 54: 32 do Azul e Branco, 10 da aliança de partidos árabes, 6 do Campo Democrático (do ex-premiê Ehud Barak) e 6 dos Trabalhistas.
Lieberman fechou um acordo provisório com Gantz, por resistir à aliança com os partidos religiosos (estopim de sua ruptura com Bibi Netanyahu). Em relação aos palestinos, contudo, adota linha idêntica à de Bibi – e também resistiria a uma aliança de esquerda incluindo os partidos árabes. Já afirmou que só participaria de uma coalizão nacional envolvendo tanto Likud quanto o Azul e Branco, mas sua inclinação real permanece uma incógnita.
Disputa: Bibi pode depender da extrema-direita para maioria
Para entrar no Knesset, os partidos precisam superar 3,25% dos votos válidos. Pesquisas sugerem que esse patamar, em torno de 140 mil votos, será alcançado pelo partido de extrema-direita Poder Judaico, de Itamar Ben Gvir, herdeiro das ideias racistas do rabino Meir Kahana, assassinado em 1990 em Nova York. Defensores da expulsão dos palestinos e de um país “etnicamente puro”, regido por leis religiosas, os kahanistas sempre foram um grupo marginal minoritário. Se entrarem no Knesset, apoiarão Bibi, cujo bloco somaria 58 cadeiras, mas precisaria de Lieberman para a maioria.
Tribunais: Sexo casual é julgado acidente de trabalho na França
Em 2013, um funcionário da empresa de segurança francesa TSO viajou a trabalho e morreu depois de fazer sexo com uma desconhecida no hotel. A seguradora classificou o caso como “acidente de trabalho”. A empresa contestou, mas perdeu este ano na segunda instância em Paris. De acordo com os juízes, “o assalariado em missão tem direito a proteção”. Mesmo que o “acidente” tenha ocorrido noutro quarto, não o reservado pela TSO, isso não significa que ele não estivesse sob autoridade da empresa.
Cinema: Woody Allen se diz exemplo positivo para #MeToo
Acusado de abuso sexual e banido de Hollywood pelo movimento #MeToo, o cineasta Woody Allen voltou a defender sua posição perante as mulheres como exemplar. “Trabalhei com dezenas de atrizes, nenhuma delas jamais reclamou de mim. Empreguei mulheres nos cargos mais elevados. Por anos paguei-lhes exatamente o mesmo que aos homens. Fiz tudo o que o movimento #MeToo adoraria alcançar”, afirmou à France 24.
Internet: Livro desvenda vício nas redes sociais
No recém-lançado The Twittering Machine (A máquina que gorjeia, título emprestado de uma aquarela de Paul Klee), o ativista de esquerda irlandês Richard Seymour tenta desvendar o vício que nos mantém ligados às redes sociais. “Acreditemos ou não que estamos viciados, a máquina nos trata como viciados”, diz. Seymour compara o mecanismo a caça-níqueis, drogas químicas e até uma planta carnívora que atrai insetos com o aroma de néctar.
Violência: Sem armas automáticas, chacinas matariam menos
Um levantamento do Axios, com base nos dados históricos mantidos pelo Mother Jones, descobriu o que têm em comum os assassinatos em massa nos Estados Unidos: o uso de armas de repetição, como fuzis. Segundo o Mother Jones, desde 1999 houve 115 chacinas em locais públicos com pelo menos quatro mortos. Delas, 32 envolveram fuzis semiautomáticos, responsáveis por 40% das 941 mortes.
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