NOVA YORK - Herdeira da Seagram's, um grande conglomerado de bebidas alcoólicas, Clare Bronfman foi presa nesta terça-feira com outras três pessoas dentro do caso que investiga o escândalo envolvendo a seita Nxivm, uma organização acusada de promover tráfico sexual dentro dos Estados Unidos. A promotoria do distrito leste de Nova York indicou em comunicado que Bronfman e três mulheres - Kathy Russell, Lauren Salzman e Nancy Salzman - serão acusadas pelo crime de conspirar para extorquir.
Segundo o jornal "Times Union", Nancy Salzman era a presidente da Nxivm. Russell comandava a diretoria contábil, e Bronfman era responsável pelas operações da seita. Não se sabe qual era o papel de Lauren, filha de Nancy, dentro do grupo. Bronfman já será ouvida em audiência nesta terça-feira por um juiz no Tribunal Federal do Brooklyn. O caso também envolve a atriz Allison Mack, conhecida pelo papel como Chloe em no seriado "Smallville". Ela chegou a ser presa após ser acusada de recrutar mulheres para a Nxivm, mas foi libertada após pagar fiança. O líder da seita, Keith Raniere, foi preso no dia 13 de abril, acusado formalmente pelos crimes de tráfico sexual, de conspirar para o tráfico sexual e de obrigar mulheres a realizar trabalhos forçados. Ele pode pegar até a prisão perpétua se condenado. Segundo os promotores, a Nxivm tinha um programa secreto dentro da seita, que prometia empoderar as mulheres, mas elas acabavam se tornando escravas sexuais de Raniere. O líder da seita as forçava a realizar tarefas domésticas e as marcava suas iniciais com fogo na região pélvica das mulheres. A cerimônia era gravada e usada como forma de intimidação. Raniere também extorquia das mulheres informações comprometedoras sobre amigos e familiares, além de fotos delas nuas. Por isso, muitos tinham medo de deixar a Nxvim ou não obedecê-lo. Os promotores calculam que Raniere tinha mais de 50 escravas sexuais e que muitas delas foram recrutadas através da Nxivm. O líder da seita ensinava as estudantes que era o "homem mais ético e astuto no mundo". / EFE