A milícia xiita radical libanesa Hezbollah prometeu nesta quarta-feira, 18, que prosseguirá com o combate em apoio a Gaza, depois que explosões de centenas de pagers - ações que o grupo atribui a Israel - mataram nove pessoas e deixaram quase 2.800 feridos.
“A resistência islâmica no Líbano continuará, como em todos os dias anteriores, as operações para apoiar Gaza, seu povo e sua resistência, e para defender o Líbano, seu povo e sua soberania”, afirmou o grupo, aliado do grupo terrorista Hamas.
No comunicado, o movimento, apoiado com recursos e armas pelo Irã, também promete um “acerto de contas severo” contra Israel pelo “massacre” de terça-feira.
A explosão simultânea em todo Líbano dos dispositivos utilizados pelo Hezbollah provocou nove mortes e deixou quase 2.800 feridos, incluindo centenas de membros do grupo, segundo o Ministério da Saúde do Líbano. Muitas vítimas sofreram ferimentos no rosto, nas mãos ou no estômago.
Israel não fez comentários sobre as explosões, que aconteceram poucas horas depois do anúncio do governo sobre a inclusão da fronteira com o Líbano entre os objetivos da guerra, que estava concentrada nos combates contra o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.
O jornal americano The New York Times relatou na noite desta terça-feira, 17, que um oficial dos Estados Unidos e autoridades que receberam detalhes da operação afirmaram que Israel plantou material explosivo dentro de um lote de pagers fabricados em Taiwan e importados pelo Líbano. Nove pessoas morreram e mais de 2,8 mil ficaram feridas depois que pagers usados por membros do Hezbollah explodiram de forma quase simultânea pelo país nesta terça-feira.
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, que não ficou ferido, fará um discurso na quinta-feira sobre os “últimos acontecimentos”.
Os ‘pagers’ são pequenos aparelhos de mensagens e localização que não precisam de chip ou conexão com a internet. O jornal americano The New York Times informou que os dispositivos que explodiram eram procedentes de Taiwan e foram carregados com explosivos antes de chegarem ao Líbano,
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Porém, a empresa taiwanesa Gold Apollo, apontada pelo jornal como fabricante, afirmou que os aparelhos foram produzidos por sua parceira húngara BAC.
“Segundo um acordo de cooperação, autorizamos a BAC a utilizar a nossa marca para a venda de produtos em determinadas regiões, mas o design e fabricação dos produtos são responsabilidade exclusiva da BAC”, afirmou a empresa taiwanesa. /AFP
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