DALLAS, EUA - A ex-secretária de Estado e pré-candidata do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, defendeu na terça-feira, 17, que seu país abra suas portas para os refugiados sírios, mas opinou que a entrada de alguns deve ser "vetada".
Depois que 31 Estados americanos, liderados pelo Texas, anunciarem que não receberão mais pessoas procedentes da Síria após os atentados de Paris, Hillary adotou um discurso mais conciliador durante um evento realizado precisamente no Texas.
Hillary Clinton defende a entrada de imigrantes sírios nos EUA, apesar de acreditar que alguns devem ser 'vetados'
Hillary Clinton defende a entrada de imigrantes sírios nos EUA, apesar de acreditar que alguns devem ser 'vetados'
"É claro que devemos ter muito cuidado e teremos que vetar algumas pessoas", afirmou a ex-primeira-dama, que acrescentou que os Estados Unidos "não podem fechar as portas para as pessoas necessitadas" sem se enfraquecer como sociedade.
Durante o evento, que reuniu 1.500 pessoas em Dallas segundo fontes de sua campanha, Hillary fez esse discurso para responder à rebelião dos Estados - em sua maioria republicanos - que se recusam a receber refugiados sírios.
"Como governador do Texas, informo que o estado do Texas não aceitará nenhum refugiado da Síria após o ataque terrorista em Paris", cuja autoria foi reivindicada pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), afirmou Greg Abbott em carta enviada ao presidente Barack Obama.
"Além disso, eu - e milhões de americanos - imploramos que você (Obama) detenha seus planos de aceitar mais refugiados sírios nos Estados Unidos", acrescentou o governador ao considerar que "qualquer um deles poderia estar vinculado com o terrorismo".
Além disso, Abbott ressaltou que a ameaça do EI no Texas é "muito real" ao lembrar que o grupo jihadista se responsabilizou em maio pelo ataque contra uma exposição de charges do profeta Maomé em Garland, no qual os dois agressores foram abatidos.
As autoridades informaram que 234 refugiados sírios já se instalaram no Texas nos últimos meses. Apesar de a maioria dos Estados americanos serem contrários ao acolhimento de refugiados, o governo ainda planeja receber cerca de 10 mil no país no próximo ano. / EFE
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