Quem são os Hinduja, família mais rica do Reino Unido, cujos membros são acusados de tráfico humano

Quatro membros da família Hinduja estão sendo acusados de traficar empregados da Índia, confiscar seus passaportes e os proibir de sair de casa

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Por Redação
Atualização:

Quatro membros da família Hinduja - a mais rica do Reino Unido - estão sendo julgados na Suíça sob acusação de exploração e tráfico de pessoas, envolvendo seus empregados domésticos da Índia.

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Eles, que moram em Genebra, são acusados de apreender passaportes dos trabalhadores, pagá-los em rúpias — e não em francos suíços — proibi-los de deixar a vila em que moram e forçá-los a trabalhar longas horas exaustivas. A família também está sendo acusada de pagar US$ 8 (cerca de R$ 43) por dia de trabalho de 18 horas.

Prakash Hinduja e sua esposa Kamal, assim como seu filho Ajay e sua esposa Namrata, poderiam enfrentar penas de prisão que variam de 4 anos e meio a 5 anos e meio, se condenados no julgamento que começou em 10 de junho. O conselheiro de negócios da famíia, Najib Ziazi, também está sendo julgado.

Namrata Hinduja e Ajay Hinduja chegam ao tribunal em Genebra em janeiro deste ano com seus advogados, em meio ao julgamento do caso envolvendo tráfico humano.  Foto: Gabriel Monnet/AFP

Quem são os Hinduja?

A família Hinduja controla o Grupo Hinduja, que atua nas áreas de bancos e finanças, mobilidade e energia, tecnologia, mídia e energias renováveis. O grupo detém hoje 25 empresas. Em novembro de 2023, eles tinham uma fortuna de US$ 20 bilhões, segundo levantamento da revista Forbes.

Gopichand Hinduja, o segundo mais veludo dos irmãos Hinduja, assumiu como presidente após a morte de seu irmão mais velho, Srichand Hinduja, em maio de 2023. Os outros irmãos são Prakash, que está sendo julgado na Suíça, e Ashok Hinduja.

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O pai dos irmãos Hinduja, Parmanand Deepchand Hinduja, começou a comercializar mercadorias na cidade de Shikarpur, na região de Sind, na Índia Britânica, hoje Paquistão, segundo o site do grupo. Mais tarde, ele transferiu os negócios de banco mercantil e comércio para Bombaim, agora Mumbai, em 1914. Em 1919, abriu um escritório internacional no Irã. Os irmãos mudaram sua base para Londres em 1979, onde permanece até hoje. O site oficial afirma que o grupo emprega 200 mil pessoas em todo o mundo.

“A confiança mútua, o respeito, a coesão e a cooperação são enfatizados como diretrizes organizacionais fundamentais. Ao mesmo tempo, práticas sólidas de gestão moderna têm primazia dentro das empresas individuais do grupo e também no nível corporativo”, diz o grupo em seu site.

O que aconteceu?

Um tribunal criminal decidirá nesta sexta-feira se membros da família bilionária se envolveram em tráfico humano ilegal e maltrataram seus empregados, que trabalhavam em sua luxuosa vila em Genebra, na Suíça.

Na semana passada, foi revelado no tribunal criminal que a família havia chegado a um acordo não revelado com os autores da ação. Os promotores de Genebra abriram o caso por suposta atividade ilegal, incluindo exploração, tráfico humano e violação das leis trabalhistas suíças.

A família estabeleceu residência na Suíça nos anos 1980 e Prakash já foi condenado em 2007 por acusações semelhantes, embora menores. Segundo os promotores, ele persistiu em empregar pessoas sem a documentação adequada de qualquer maneira.

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As autoridades suíças já confiscaram diamantes, rubis, um colar de platina e outras joias e bens da família na expectativa de que possam ser usados para pagar honorários legais e possíveis penalidades. Os promotores afirmam que às vezes os funcionários — em funções como cozinheiros ou ajudantes de casa — eram obrigados a trabalhar até 18 horas por dia, com pouco ou nenhum tempo de folga, e por um salário que equivalia a menos de um décimo do valor exigido pela lei suíça.

Os funcionários trabalhavam até mais tarde para recepções e dormiam no porão da vila no bairro sofisticado de Cologny, às vezes em um colchão no chão, disseram os promotores. Eles descreveram um “clima de medo” instituído por Kamal Hinduja. Alguns funcionários supostamente falavam apenas hindi e recebiam seus salários em rúpias indianas em bancos na Índia aos quais não tinham acesso.

Um caso tributário separado apresentado pelas autoridades suíças está pendente contra Prakash Hinduja, que obteve cidadania suíça em 2000. / AP

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