Um tribunal na China condenou à morte um homem que, no mês passado, matou 35 pessoas ao invadir um centro esportivo com um carro e atropelar uma multidão. O julgamento ocorreu nesta sexta-feira, 27, e o réu se declarou culpado diante dos familiares das vítimas, segundo imprensa chinesa.
O autor do ataque foi identificado como Fan Weiqiu e o motivo do ataque foi a frustração com seu acordo de divórcio, disse o tribunal na cidade de Zhuhai, no sul, ao proferir a sentença. As vítimas estavam se exercitando em um centro esportivo. Fan se declarou culpado de colocar em risco a segurança pública por meios perigosos, disse uma declaração do tribunal.
“O motivo criminoso de Fan era extremamente desprezível, a natureza do crime era extremamente vil, os meios do crime eram particularmente cruéis e as consequências do crime eram particularmente graves, resultando em grande dano social”, disse o tribunal.
O ataque foi um dos vários na China no final de outubro e novembro, o que fez com que Xi Jinping ordenasse os governos locais tomassem medidas para evitar futuros “casos extremos”.
Tais ataques a multidões, com um veículo ou uma faca, não são novidade na China, mas a onda deste outono e o alto número de vítimas no ataque de Zhuhai renovaram o foco na questão. Os atacantes estão frequentemente descontando sua raiva e frustração em um assunto pessoal no que é conhecido como crimes de “vingança contra a sociedade”.
Segundo a corte, Fan Weiqiu “decidiu descontar sua indignação” por “seu casamento desfeito, suas frustrações pessoais e sua insatisfação com a partilha de bens após o divórcio”, informou a CCTV.
Além das 35 pessoas mortas, outras 43 ficaram feridas, disse a polícia. O motorista, que tinha 62 anos, foi encontrado em seu veículo tentando se esfaquear com uma faca, disse um comunicado da polícia.
A sentença de Fan foi a segunda proferida em poucos dias, poucas semanas após os ataques recentes, muito mais rápido do que os processos judiciais normalmente levam na China. No início desta semana, um tribunal deu uma sentença de morte suspensa com um adiamento de dois anos a um motorista que feriu 30 pessoas ao atropelar alunos do ensino fundamental e pais na província de Hunan./AFP e AP.
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