Os novos líderes islâmicos condenaram sete homens a 40 chibatadas cada por usar ou vender maconha. A punição em público nesta quarta-feira é exemplo da ascensão das leis fundamentalistas na Somália. Essa foi a primeira sessão de chibatadas em público desde que a milícia islâmica tomou controle da capital Mogadício em junho. Funcionários disseram que os homens foram presos há duas semanas atrás, mas não deram detlhaes sobre como Els foram presos,nem se tiveram julgamento. Os sete homens tomaram as chibatadas no estádio Konis, em Mogadício, em frente a uma multidão, inclusive mulheres e crianças. A maconha foi queimada perante o público. "Esta punição está de acordo com a lei islâmica", afirmou o xeque Farah Ali Hussein, funcionário do grupo islâmico. "Graças a deus podemos implementar a lei islâmica livremente em partes do país, e esperamos fazer o mesmo em todo o país, afirmou perante a multidão após as punições. "Não cometi nenhum crime", disse Hassan Muhuyadiin, um dos sete punidos. "Apenas fui preso e punido sem nenhuma evidência." Novo regime Talibã? A imposição de leis religiosas estritas espalhou o medo de que possa estar surgindo um regime ao estilo do Talibã. A Somália não tem uma polícia, ou sistema judiciário há 16 anos, desde que os senhores da guerra destituíram o ditador de longa data, Mohamed Siad Barre, em 1991. A partir daí, passaram a lutar entre si. Os líderes islâmicos aproveitaram o vácuo de poder na capital e no sul da Somália, e se apresentaram como fonte de estabilidade. Na noite de terça-feira, milicianos islâmicos invadiram uma sala de exposição de vídeos em Mogadício, batendo nos espectadores que assistiam a um filme indiano. Assim como o Talibã, membros do grupo vêem o entretenimento como não-islâmico. "Os milicianos entraram no prédio com longos chicotes", relatou o dono do cinema. "Desligaram o filme e começaram a bater em todos." As salas de vídeo "são a principal fonte de drogas, crime e difusão da AIDS", disse Abdirahman Janaqaw, vice-líder do conselho executivo do grupo islâmico.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.