RUPGANJ — Pelo menos 52 pessoas morreram após incêndio em uma fábrica de alimentos e bebidas em Bangladesh, informaram autoridades locais nesta sexta-feira, 9. As chamas eclodiram numa fábrica em Rupganj, perto da capital Daca, na tarde de quinta, e continuam ativas 24 horas depois. Além dos mortos, há pelo menos 30 feridos, incluindo trabalhadores que tiveram de pular pelas janelas para escapar do fogo.
Ainda não foi possível confirmar até o momento quantas pessoas estavam no prédio, mas as muitas famílias que se reuniram nos arredores para procurar seus parentes indicam que o balanço final de vítimas pode ser muito mais alto.
Os bombeiros também resgataram outras 25 pessoas que se refugiaram no telhado do edifício. "Quando o fogo for contido, começaremos a busca por sobreviventes no interior da fábrica", disse Debashish Bardhan, porta-voz do corpo da equipe.
Mohammad Saiful, um dos trabalhadores que conseguiram escapar do prédio em chamas, confirmou que havia dezenas de empregados na fábrica. “No terceiro andar, as portas que davam acesso à escada estavam fechadas. Há colegas que falam que havia 48 pessoas lá dentro, não sei o que aconteceu com elas”, disse.
Os incêndios são frequentes nas fábricas de Bangladesh devido ao não cumprimento de normas de segurança. Em fevereiro de 2019, pelo menos 70 pessoas morreram em um grande incêndio em um prédio residencial em Daca, onde produtos químicos haviam sido armazenados ilegalmente. Em abril de 2013, uma oficina de alfaiataria desabou e 1.138 trabalhadores morreram lá dentro.
Na ocasião, o incêndio afetou a fábrica de seis andares da empresa Hashem Food and Beverage. O fogo continuou a queimar mais de 24 horas depois.
A polícia relatou inicialmente três mortes, mas o número de vítimas aumentou dramaticamente quando os bombeiros chegaram aos andares superiores e encontraram dezenas de cadáveres de trabalhadores que não tiveram chance de fugir das chamas.
Refugiados no telhado
O chefe do corpo de bombeiros de Dhaka, Dinu Moni Sharma, disse que o fogo se espalhou devido ao acúmulo de produtos químicos inflamáveis e plásticos armazenados dentro da fábrica.
O atendimento emergencial teve como foco a extinção das chamas nos dois últimos andares da fábrica, que produzia massas, sucos de frutas e doces.
Mamun, outro funcionário da fábrica, disse que ele e outras 13 pessoas correram para o telhado quando o incêndio teve início no andar térreo do prédio e a fumaça preta começou a se espalhar por todo o interior.
“Os bombeiros nos socorreram do telhado com uma corda”, explicou aos repórteres.
Enquanto a fumaça continuava saindo do prédio, membros das famílias dos empregados se reúnem do lado de fora, já preparados para o pior.
"Viemos aqui porque minha sobrinha não atendia nossas ligações. E agora o telefone dela nem dá sinal. Estamos preocupados", disse Nazrul Islam. /AFP
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