Pobreza na Argentina recua para 38,1% no primeiro ano de Milei após disparada do primeiro semestre

No primeiro semestre do ano passado, início do governo ultraliberal, o índice era de 52,9%; já no final do governo de Alberto Fernández e Cristina Kirchner era de 41,7%

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Por Redação

A pobreza na Argentina atingiu 38,1% da população no segundo semestre do ano passado, uma queda de 14,8 pontos percentuais em relação aos seis meses anteriores, informou nesta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatísticas (Indec).

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Trata-se de um recuo significativo em comparação com os primeiros seis meses do governo do ultraliberal Javier Milei, quando a pobreza havia disparado para 52,9%. Já a taxa de indigência caiu para 8,2% da população, frente aos 18,1% do semestre anterior, em um país com 47 milhões de habitantes.

Em 2023, no final do governo de Alberto Fernández e Cristina Kirchner e com inflação recorde, o índice era de 41,7%.

A melhora reflete o impacto da redução da inflação, que passou de 211% em 2023 para 118% em 2024, uma queda que o presidente destacou como o principal êxito de seu governo.

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A redução da pobreza é um “efeito direto da luta contra a inflação conduzida pelo presidente Javier Milei, além da estabilidade macroeconômica e da eliminação de restrições que por anos limitaram o potencial econômico dos argentinos”, afirmou a Presidência em um comunicado na rede X.

O programa econômico do governo, com um ajuste inédito nos gastos públicos, alcançou o primeiro superávit anual das contas públicas em 14 anos. A economia encolheu 1,8% em 2024, menos do que o esperado.

O ajuste resultou em milhares de demissões devido à eliminação ou redução de órgãos estatais e à paralisação de obras públicas.

Além disso, tarifas de serviços públicos foram desregulamentadas, triplicando de valor, e os preços de aluguéis e medicamentos foram liberados, entre outros, levando a aumentos que afetaram especialmente os aposentados, o setor mais impactado pelo ajuste.

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A contração da economia refletiu-se no consumo, que acumula 15 meses consecutivos de queda.

Uma mulher com seu filho no colo vende lápis de cor em uma rua de Buenos Aires. A pobreza na Argentina atingiu 38,1% da população no segundo semestre do ano passado, uma queda acentuada de 14,8 pontos percentuais em relação aos seis meses anteriores. Foto: Luis Robayo/AFP

Apesar disso, as estatísticas do Indec confirmam uma melhora nos índices de pobreza, medida com base no nível de renda da população.

Segundo a metodologia do Indec, “os lares classificados como pobres são aqueles que não possuem renda suficiente para adquirir uma cesta básica”, cujo valor, de acordo com o último relatório do instituto, atingiu 342.370 pesos (313 dólares na cotação oficial) em fevereiro passado.

Segundo a imprensa argentina, a falta de moradia também caiu, atingindo 6,4% no final de 2024 (o que representa cerca de 3 milhões de pessoas sem-teto na Argentina). No primeiro semestre do ano, havia disparado para 13,6%, enquanto no final de 2023 estava em 8,7%./AFP.

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