Inflação obriga chefe do Banco Central da Turquia a voltar a morar com os pais

Com desvalorização da lira turca, país acumula alta de 62% no período de um ano encerrado em novembro

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Por Redação

Com a disparada dos preços na Turquia, a chefe do Banco Central Hafize Gaye Erkan, afirma que se viu obrigada a voltar para a casa dos pais. O caso chama atenção para o descontrole da inflação, que fechou o mês de novembro com alta de 60% no período de um ano.

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“Não encontramos onde ficar em Istambul. É terrivelmente caro. Nos instalamos na casa dos meus pais”, disse a executiva ao jornal turco Hurriyet. A chefe do Banco Central turco, primeira mulher à frende da instituição, tomou posse no início de junho, após a reeleição do presidente Recep Tayyip Erdogan. Ele está no poder desde 2003 e garantiu este ano um novo mandato que vai até 2028.

A banqueira, de 44 anos, viveu durante duas décadas nos Estados Unidos, onde ocupou altos cargos em bancos importantes, incluindo o Goldman Sachs. “É possível que Istambul tenha se tornado mais cara que Manhattan?”, questiona.

Chefe do Banco Central da Turquia, Hafize Gaye. Foto: ADEM ALTAN / AFP

A inflação anual atingiu 62% na Turquia em novembro, puxada pela desvalorização da lira turca, e os preços dos aluguéis aumentaram 77,1% no mesmo período em Istambul, segundo um estudo da Universidade Bahçesehir.

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Para tentar conter a inflação, o Banco Central turco elevou sua taxa de juros de 8,5% para 40% desde junho. “Estamos chegando ao final das medidas de aperto monetário”, afirmou a chefe do Banco Central, pessoalmente atingida pela crise.

Ante os protestos dos inquilinos, ameaçados pela alta dos preços, o governo turco limitou a revisão dos aluguéis de moradia a 25%. Mas os críticos apontam que a medida agravou as tensões, ao levar os proprietários a tentar se livrar de seus inquilinos, às vezes até por meio de fraude, para alugar a propriedade por um valor mais alto./AFP

Pessoas andam por mercado de rua em Istambul, na Turquia. Foto: REUTERS / Umit Bektas
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