Uma estrela iraquiana do TikTok, conhecida por seus seguidores como Om Fahad, foi morta a tiros na porta de sua casa em Bagdá, na noite desta sexta-feira, 26, segundo as autoridades locais.
Um único agressor, em uma motocicleta, se aproximou de Fahad, cujo nome legal é Ghufran Sawadi, quando ela estava a bordo em um SUV preto. Ele abriu a porta do veículo e disparou vários tiros, de acordo com as imagens da câmera de segurança exibidas pela TV iraquiana. Em seguida, fugiu.
O Ministério do Interior do Iraque disse que escalou uma equipe para investigar o assassinato. Nenhuma prisão foi feita.
Fahad tornou-se popular no TikTok com quase meio milhão de seguidores e vídeos dançando ao som de músicas iraquianas e mostrando sua vida cotidiana.
No ano passado, o governo iraquiano lançou uma campanha para limpar o conteúdo das mídias sociais que, segundo ele, violava a “moral e as tradições”.
Foi criado um comitê para examinar as plataformas sociais em busca de clipes considerados ofensivos. O governo também criou o Balgh, uma plataforma on-line em que os usuários podem denunciar conteúdo a ser retirado do ar.
No ano passado, Fahad estava entre os seis criadores de conteúdo iraquianos que receberam penas de prisão que variavam de seis meses a dois anos por “ofender a moral e a decência pública”. As autoridades abriram investigações sobre outros oito criadores. Alguns foram forçados a pedir desculpas e a retirar seu conteúdo do ar.
Um relatório do Monitor de Direitos Humanos Euro-Med, uma organização sem fins lucrativos sediada em Genebra, concluiu que o julgamento foi marcado por acusações vagas e não havia motivos para acusação.
Essa não é a primeira vez que um popular criador de conteúdo de mídia social iraquiano é morto.
Em 2018, Tara Fares, uma modelo e criadora do Instagram com mais de 2 milhões de seguidores, foi morta a tiros em plena luz do dia em seu carro em Bagdá. Nenhuma prisão foi feita no caso. Na época, o ministro do Interior acusou “grupos extremistas fora da lei” de estarem por trás do assassinato.
Embora a constituição do Iraque proteja a liberdade de expressão e de imprensa, ela estipula que esse discurso não deve “violar a ordem pública e a moral”.
O TikTok é uma das plataformas sociais mais populares no Iraque, usada por quase 32 milhões de pessoas, de acordo com o Iraqi Digital Media Center, um grupo de monitoramento da internet independente.
A plataforma gerou polêmica nos últimos anos pelo que as autoridades chamam de “desintegração do tecido social iraquiano”. Em março, o Ministério das Comunicações solicitou o Tiktok fosse banido do país.
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