Interpol e FBI quebram esquema cibernético na Moldávia para obter asilo para criminosos procurados

Operação conjunta revelou uma organização criminosa internacional com ligações na Rússia, Ucrânia e Belarus

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Por Redação
Atualização:

PARIS – Uma operação multinacional da Interpol e do FBI reprimiu as tentativas na Moldávia de sabotar uma das principais ferramentas da agência policial internacional, o sistema Alerta Vermelho (Red Notice), disseram autoridades na terça-feira. Quatro pessoas foram detidas no país do Leste Europeu.

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O alerta vermelho da Interpol é um sistema adotado por órgãos de segurança pública de diversos países para identificar indivíduos procurados por crimes comuns, aplicáveis de acordo com as regras da Interpol. Em 2023, foram emitidos mais de 12 mil desses mandados ao redor do mundo.

A operação conjunta - que também envolveu a cooperação com as autoridades francesas e britânicas - revelou uma organização criminosa internacional com ligações com indivíduos suspeitos de crimes cibernéticos na Rússia, Ucrânia e Belarus, disse Veronica Dragalin, chefe anticorrupção da Moldávia.

Os indivíduos suspeitos “pagaram intermediários e figuras públicas na Moldávia para informar os criminosos procurados sobre (seu) status de Aviso Vermelho”, disse Veronica.

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Pessoas caminham sobre o logotipo da Interpol na sede da agência policial internacional em Lyon, centro da França. Foto: Laurent Cirpiani/AP

Alerta Vermelho

O alerta sinaliza pessoas consideradas fugitivas para as autoridades policiais em todo o mundo e é uma das ferramentas mais importantes da Interpol. A investigação levou à detenção de quatro pessoas durante 72 horas por suspeita de interferir nos avisos, disse Dragalin.

O esquema procurava fazer com que as pessoas sujeitas a Alertas Vermelhos “obtivessem asilo ou estatuto de refugiado” na Moldávia e em outros países “com o objetivo de bloquear e eliminar” os avisos através do suborno de funcionários públicos, acrescentou ela. Os montantes envolvidos, disse, chegam a vários milhões de dólares.

A Interpol disse que a operação da agência internacional de policiamento, com sede em Lyon, na França, seguiu-se à detecção de tentativas de “bloquear e apagar” os avisos.

A Moldávia abriu uma investigação em 2 de abril, depois de receber informações da Procuradoria Financeira Nacional da França e, posteriormente, solicitou a assistência do FBI.

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“Estamos empenhados em combater a corrupção de alto nível em todas as suas formas, especialmente aqueles esquemas que colocam em risco as investigações criminais em todo o mundo”, disse Dragalin. Um comunicado da Interpol disse que a agência tomou medidas para evitar mais “uso indevido de seus sistemas”.

“Nossos robustos sistemas de monitoramento identificaram atividades suspeitas”, disse o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock. “Tomamos medidas imediatas, incluindo relatar o problema às autoridades responsáveis pela aplicação da lei no nosso país anfitrião, a França.”

Stock destacou o grande número de indivíduos sujeitos a Avisos Vermelhos – mais de 70.000 pessoas – mas não deu detalhes sobre a tentativa de sabotagem. /COM REPORTAGEM DA AP