SEUL — Investigadores sul-coreanos deixaram a residência oficial do presidente Yoon Suk Yeol, que sofreu impeachment, após um impasse de quase seis horas, durante o qual ele desafiou a tentativa de detê-lo nesta sexta-feira, 3. É o mais recente confronto em uma crise política que paralisou a política sul-coreana. O país viu dois chefes de Estado serem acusados em menos de um mês.
A agência anticorrupção do país disse que retirou seus investigadores depois que o serviço de segurança presidencial bloqueou a tentativa de entrar na residência de Yoon por várias horas, alegando preocupações com sua segurança. A agência expressou “sério pesar sobre a atitude do suspeito, que não respondeu a um processo legal”.
Yoon, um ex-promotor, desafiou por semanas as tentativas dos investigadores de interrogá-lo. A última vez que se sabe que ele saiu da residência foi em 12 de dezembro, quando foi ao gabinete presidencial próximo para fazer uma declaração televisionada à nação. No pronunciamento, disse lutaria contra os esforços para destituí-lo.
O líder conservador, que mergulhou o país numa crise ao declarar a lei marcial em 3 de dezembro, pode tornar-se o primeiro presidente sul-coreano a ser preso no cargo.
O parlamento anulou a declaração de lei marcial em poucas horas, em uma votação unânime, e destituiu Yoon em 14 de dezembro, acusando-o de rebelião, enquanto as autoridades anticorrupção e promotores públicos sul-coreanos abriram investigações separadas sobre os eventos.
Yoon está também exposto a acusações de alegada “insurreição”, punível com prisão perpétua ou pena de morte.
Investigadores do Escritório de Investigação de Corrupção (OIC), responsável pelo caso, acessaram a residência em Seul, onde Yoon está preso desde que o sistema de Justiça emitiu o mandado de prisão contra ele na terça-feira. Executar o mandado, no entanto, tem se mostrado uma missão complexa enquanto ele permanecer em sua residência oficial.
Os advogados de Yoon, que entraram com uma contestação ao mandado na quinta-feira, dizem que o mandado não pode ser executado na residência por conta de uma lei que protege de buscas locais potencialmente ligados a segredos militares sem o consentimento da pessoa responsável. /AFP e AP
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