Irã: advogada de direitos humanos é presa em velório de jovem que morreu após incidente no metrô

Nasrin Sotoudeh participava dos atos fúnebres de Armita Geravanad, que ficou em coma durante semanas por razões ainda não esclarecidas pelas autoridades iranianas

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Por Redação
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Uma importante advogada de direitos humanos do Irã foi presa no domingo, 29, depois de ela ter comparecido ao velório de uma adolescente que morreu em um acidente ainda não esclarecido no metro de Teerã. Autoridades detiveram Nasrin Sotoudeh sob a acusação de violar a lei do uso obrigatório do lenço de cabeça, ou hijab, no Irã.

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Meios de comunicação iranianos disseram que houve múltiplas detenções no funeral de Armita Geravanad, que também não usava lenço na cabeça no momento em que foi ferida. Armita ficou em coma durante semanas depois de um incidente no metrô, no dia 1º de outubro. Ativistas no exterior suspeitam que a jovem pode ter sido empurrada ou atacada por não usar o hijab.

Um amigo dela disse à televisão estatal iraniana que ela bateu a cabeça na plataforma da estação. No entanto, um vídeo sem som feito do lado de fora de um carro próximo é bloqueado por um espectador. Segundos depois, seu corpo inerte é levado embora. Os pais de Armita apareceram em imagens da mídia estatal dizendo que um problema de pressão arterial, uma queda ou talvez ambos contribuíram para o ferimento da filha.

Imagem de câmera de vigilância transmitido pela televisão estatal iraniana mostra mulheres puxando Armita Geravand de um vagão do metrô de Teerã. Foto: AP Photo/Iranian state television

No sábado, Nasrin de 60 anos – conhecida por defender ativistas, políticos da oposição e mulheres no Irã processadas por retirarem os lenços de cabeça – chamou a morte de Armita de “outro assassinato de Estado”. Reza Khandan, marido de Nasrin, disse que sua mulher foi “agredida violentamente” no velório.

A advogada foi anteriormente presa em 2018 sob a acusação de propaganda contra os governantes do Irã e foi condenada a 38 anos de prisão e 148 chicotadas. Ela foi libertada em 2020, mas detalhes sobre as condições de sua libertação não foram anunciados.

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Ela também foi ganhadora do Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu para defensores dos direitos humanos em 2012./Associated Press e AFP.

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