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Irã apresenta novo míssil de longo alcance em meio a negociações com os EUA sobre acordo nuclear

Irã, que tem um dos maiores programas de mísseis do Oriente Médio, afirma que seus mísseis balísticos são capazes de atingir Israel e bases dos Estados Unidos na região

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Por Redação

DUBAI - O Irã apresentou um novo míssil de longo alcance de fabricação nacional, com capacidade para atingir alvos a 1.450 quilômetros, nesta quarta-feira, 9, informou a TV estatal. O anúncio vem um dia depois de Teerã e Washington retomarem negociações indiretas para salvar o acordo nuclear de 2015.

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O Irã, que tem um dos maiores programas de mísseis do Oriente Médio, afirma que seus mísseis balísticos têm alcance de até 2.000 km e são capazes de atingir Israel e bases dos Estados Unidos na região.

A TV estatal iraniana exibiu o novo míssil "Kheibar Shekan" (destruidor de Kheibar), que se refere a um antigo oásis judeu chamado Kheibar, na região de Hijaz, na Península Arábica, que foi invadido por guerreiros muçulmanos no século VII.

Imagem divulgada nesta quarta-feira, 9, mostra o míssil de longo alcance 'Kheibar Shekan'. Foto: Sepahnews via AP

"Este míssil de longo alcance é fabricado internamente pela Guarda Revolucionária... Tem alta precisão, é impulsionado por combustível sólido e é capaz de penetrar escudos de mísseis", informou a mídia estatal.

Acordo nuclear

A Arábia Saudita, rival regional do Irã por motivos políticos e religiosos (o primeiro de maioria sunita, o segundo xiita), pediu repetidamente às grandes potências que abordem as preocupações do Golfo sobre os mísseis de Teerã.

Israel, que a República Islâmica não reconhece, há muito ameaça com uma ação militar contra o Irã se as negociações em Viena não conseguirem conter o trabalho nuclear de Teerã. O Irã diz que suas ambições nucleares são pacíficas.

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Em 2018, o então presidente americano Donald Trump retirou-se do acordo nuclear - projetado para impedir o Irã de desenvolver uma arma nuclear - e reimpôs sanções em uma tentativa de forçar Teerã a negociar um acordo mais amplo, que também abordaria seu programa de mísseis balísticos.

O Irã respondeu um ano depois, violando gradualmente os limites nucleares do pacto, reconstruindo estoques de urânio enriquecido, refinando-o para maior pureza e instalando centrífugas avançadas para acelerar a produção.

Conversas indiretas entre Teerã e Washington para retomar o acordo começaram depois que Joe Biden substituiu Trump na Casa Branca, mas apesar de oito rodadas desde abril, as diferenças permanecem entre o Irã e as potências mundiais.

Teerã e Washington culparam-se mutuamente pela falta de progresso.

"Vozes do governo dos EUA mostram que não há coerência naquele país para tomar decisões políticas na direção do avanço das negociações de Viena", tuitou o principal funcionário de segurança do Irã, Ali Shamkhani, na quarta-feira./ REUTERS

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